Intolerável, baixo e covarde. Foi assim que a candidata à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB-AC), Marina Belandi, condenou o ataque misógino realizado contra a advogada Fernanda Catarina em grupos de aplicativos de mensagens e nas redes sociais por apoiadores e membros da Chapa 7 nas Eleições da entidade, liderada pelo atual presidente Rodrigo Aiache, que disputa a reeleição. O caso ocorreu na quinta-feira, 7, quando componentes da situação fizeram publicações no WhatsApp. O caso comoveu toda a advocacia.
A profissional, que apoia publicamente Belandi, teve questões íntimas violadas após um print de uma postagem feita por ela há três anos, em um perfil privado, ser amplamente divulgado com o objetivo de descredibilizá-la. Para demonstrar apoio à colega e reforçar a mensagem de que o machismo não é uma atitude digna de quem devia defender direitos, além de destacar que a proposição de ideias é o melhor caminho para o debate, Marina prestou solidariedade à vítima durante o evento “Resenha com a Jovem Advocacia”, realizado horas depois do ataque virtual.
“Quero prestar minha solidariedade à Fernanda, todos aqui viram o que aconteceu, uma coisa horrível e triste. É uma atitude que temos que repudiar sempre que acontecer, não temos nada a ver com questões pessoais e íntimas de qualquer advogada ou advogado. Isso não é pauta para a advocacia. Que nos tragam e apresentem propostas que contemplem toda a classe e não a vida pessoal de qualquer uma de nós. Somos todas Fernanda, todas nós passamos pelas mesmas provações. Mas sabemos que será feita Justiça contra isso que fizeram com você”, falou Marina.
No programa de entrevistas de um portal de notícias local, a candidata, reconhecida entre os profissionais de todo o estado por fazer uma defesa ferrenha em prol da classe por quase duas décadas, reverberou que não admitirá atitudes como essa nas Eleições da OAB-AC e que as providências legais já foram tomadas. Ela exortou os operadores do Direito a refletirem sobre a situação e a atual conjuntura. “A advocacia tem que saber quem está a liderando hoje. É uma pessoa que se esconde atrás de outras, porque permite que façam e depois vem a público afirmar que não fez”.
Marina destacou que a atitude permissiva é uma forma de apoiar comportamentos que vão contra a ética da advocacia. “A partir do momento em que se permitiu isso, também foi comprada uma briga comigo, que sempre defendi todos nós. Colocar pessoas do nosso meio que sofreram e ainda enfrentam desafios para poder exercer sua profissão como alvo de ataques por estarem caminhando comigo é uma questão muito cara à advocacia. Quem devia estar de cautela, cuidando de nós, é quem faz essa exposição dos colegas. Prestem muito bem atenção quem é meu opositor”, finalizou a advogada.