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No CNJ, Barroso anuncia medidas de combate ao racismo no Judiciário

Por Metropóles

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), anunciou, nesta terça-feira (5/11), uma série de propostas e contribuições do conselho para o combate ao racismo e pela promoção da equidade racial dentro do Poder Judiciário.

No mês em que o Brasil celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em homenagem ao líder do Quilombo dos Palmares, Barroso ressaltou que, “em uma sociedade marcada por profundas raízes históricas de discriminação racial e subjugação da população negra”, o papel do Judiciário vai além de aplicar a lei: é preciso que seja um agente transformador da realidade, para que promova equidade e corrija assimetrias.

Imagem colorida de Luís ROberto Barroso, no CNJ

Barroso falou durante o seminário Boas Práticas em Equidade Racial no Judiciário, que antecedeu a entrega do Prêmio de Equidade Racial do Poder Judiciário.

As iniciativas são diversas e, segundo o presidente, representam um compromisso com mudanças estruturais no sistema de Justiça. Uma delas é o Programa de Bolsas para a Magistratura, que divulgou os selecionados do primeiro edital e começará nos próximos dias a distribuição das bolsas de estudo e das de manutenção. No total, são 100 selecionados para participar. “Vamos mudar a demografia do Poder Judiciário no Brasil”, destacou Barroso no CNJ.

O programa tem como objetivo aumentar a representatividade racial na magistratura, garantindo que as pessoas negras e indígenas, com ou sem deficiência, tenham mais acesso a oportunidades de preparação e formação para a magistratura, com vistas a uma Justiça mais representativa e inclusiva.

Novidades

O CNJ também lançou nesta terça uma ferramenta de acompanhamento da atuação judicial na temática racial: o painel de business intelligence (BI) de justiça racial. Trata-se de uma ferramenta digital de transparência que oferece uma visão abrangente da atuação do Poder Judiciário brasileiro sob a perspectiva racial.

Segundo dados disponibilizados no painel, 75,9% dos magistrados de 2º grau como ministros, desembargadores e juízes substitutos são brancos.

O painel está estruturado em duas pontas:

600 inscritos

Há ainda iniciativas de capacitação de magistrados e servidores para que estejam aptos ao enfrentamento ao racismo. Nesta terça, foi iniciado o curso de letramento racial para servidores do Poder Judiciário, com mais de 600 alunos inscritos.

A criação do Prêmio Equidade Racial, instituído pela Res. CNJ nº 519/2023, também tem o objetivo de estimular e disseminar práticas dos tribunais que visam à eliminação das desigualdades raciais, por meio do reconhecimento de ações, projetos ou programas inovadores no âmbito do Poder Judiciário.

O prêmio tem dois eixos. O primeiro, o de Desempenho, é materializado, por exemplo, no percentual de pessoas negras presentes na composição de comitês e comissões, bem como na condição de palestrantes em eventos institucionais. Além disso, na realização de eventos, campanhas e capacitações sobre a temática racial, entre outras ações.

O segundo é o de Boas Práticas e, em sua primeira edição, foram contempladas 14 iniciativas, as quais serão apresentadas ao longo desta terça no I Seminário de Boas Práticas em Equidade Racial, que é realizado no auditório do CNJ, também nesta terça.

Veja os vencedores:

I – Eixo Boas Práticas:

1º Lugar – Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia – Programa de Equidade Racial do Poder Judiciário do Estado de Rondônia (PJRO)

2º Lugar – Escola Superior da Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul – Curso de Acesso Afirmativo Racial à Carreira da Magistratura

3º Lugar – Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão – Narrativas e escutatórias do caminhar das mulheres negras

Menção Honrosa – Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte – Mutirão Racial

II – Eixo Desempenho:

1º Lugar – Tribunal Regional Eleitoral do Amapá;

2º Lugar – Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região;

3º Lugar – Tribunal de Justiça do Estado do Amapá;

Menção honrosa – Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

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