PF vê indícios de que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

De acordo com a Polícia Federal, os indícios são fortes de que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” da trama golpista, que teria como objetivo a “eliminação” de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes

A Polícia Federal (PF) deve incluir no relatório final do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, que pode ser encaminhado ainda nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF), indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

PF vê indícios de que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. Foto: Reprodução

A informação foi divulgada inicialmente pela CNN Brasil. De acordo com a PF, os indícios são fortes de que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” da trama golpista, que teria como objetivo a “eliminação” de Lula, Alckmin e Moraes. O ex-presidente deve ser indiciado pela PF por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Além do ex-presidente, também deve haver pedidos de indiciamento para personagens centrais do governo Bolsonaro, como o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Mais de 40 pessoas devem ser indiciadas.

Após a entrega do relatório da PF ao STF, caberá à Corte definir se derruba ou não o sigilo do documento. O ministro Alexandre de Moraes deve repassar o inquérito ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Caberá, então, ao chefe do Ministério Público Federal (MPF) a decisão sobre apresentar ou não uma denúncia criminal contra os envolvidos. Gonet também pode optar pelo arquivamento ou pedir investigações complementares.

Lula agradece por “estar vivo”
Mais cedo, durante evento no Palácio do Planalto, o presidente Lula comentou, pela primeira vez, as revelações da PF de que teria havido um plano para assassiná-lo, no fim do ano passado, antes que tomasse posse para o terceiro mandato no Palácio do Planalto.

Ao participar de um evento que tornou oficial o Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária – as chamadas “concessões inteligentes” –, Lula falou sobre o assunto pela primeira vez, em tom até descontraído.

Presidente se pronunciou pela primeira vez após revelação de suposto plano para matá-lo após a eleição de 2022.| Foto: Reprodução

“Eu sou um cara que tenho que agradecer agora, muito mais, porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e Alckmin não deu certo e nós estamos aqui”, afirmou o presidente, arrancando alguns risos da plateia.

Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pela PF pela suposta participação na tentativa de golpe de Estado, Lula defendeu a “civilidade” na política.

“Quando nós disputamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade, à civilidade democrática, em que a gente faz as coisas da forma mais tranquila possível”, afirmou. “De forma civilizada, você perde e você ganha”, completou Lula.

“Queria chamar atenção para este momento histórico que estamos vivendo. É este país, sem perseguição, sem o estímulo do ódio e da desavença, que a gente precisa construir”, prosseguiu Lula.

“Eu não quero envenenar ninguém. Não quero nem perseguir ninguém. Só quero que, quando terminar o meu mandato, a gente desmoralize aqueles que governaram antes de nós”, concluiu o presidente.

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