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PM alega “sinais vitais” ao levar rapaz fuzilado na cabeça a hospital

Por Metropóles

Um homem de 20 anos foi fuzilado e alvo de tiros de pistola — dois na cabeça, um no pescoço e outro no peito — e, segundo um dos policiais militares envolvidos no suposto confronto, o rapaz ainda apresentava “sinais vitais”. Por esse motivo, Christyan Noslen Dias Nascimento (foto no destaque) foi encaminhado para o pronto-socorro da Santa Casa, onde morreu, oficialmente.

Foto colorida de 3 PMs fardados em calçada, segurando fuzis - Metrópoles

O caso, registrado como morte decorrente de intervenção policial, ocorreu na tarde dessa quinta-feira (31/10) em uma pensão, no centro da capital paulista.

Um dos policiais militares envolvidos no caso afirmou, em depoimento à Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, que ele e sua equipe recebiam com constância denúncias de que, na pensão, havia a suposta venda de drogas. Moradores da região, ouvidos em condição de anonimato pela reportagem, questionam a afirmação oficial, acrescentando que PMs invadem a moradia de baixa renda, quase que diariamente, sem mandados judiciais.

O relato do PM feito na delegacia segue afirmando que, logo após entrar na pensão, os policiais — armados com fuzis e pistolas — avistaram a porta de um quarto entreaberta e, por isso, resolveram abri-la completamente. No local, o policial afirmou que visualizou drogas perto de Christyan o qual, assim que viu os PMs, “correu em direção à equipe com uma faca em punho”.

Com essa alegação, os policias atiraram contra o rapaz com uma pistola calibre ponta 40 e um fuzil calibre 556, arma usada em guerras.

Relatório do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) afirma que Christyan foi atingido por ao menos seis tiros. A reportagem apurou que ele havia se mudado para a pensão dois dias antes de ser morto.

O 1º tenente Henrique Felisoni Squassoni afirmou que ele “desarmou” o rapaz, “pois o mesmo apresentava sinais vitais”, logo após ser fuzilado.

No local, os PMs afirmam terem encontrado R$ 46 e 126 pedras de crack, apreendidos e apresentados à Polícia Civil. Ninguém foi preso até o momento.

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