“O Acre deixa de ser o final e passa a ser o início desta nova rota comercial no mundo”, disse o empresário Marcelo Moura, CEO da Recol, o maior conglomerado privado em atuação no Estado, em Rondônia e Mato Grosso, ao comentar em Lima, no Peru, a inauguração do Porto de Chancay, a pouco mais de 70 quilômetros da capital peruana, no Oceano Pacífico.
Para se ter uma ideia da importância estratégica da obra para o mundo e para o futuro da humanidade, a inauguração reuniu, entre uma série de chefes de Estado, os presidentes das duas maiores potências econômicas do mundo, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o da China, Xi Jinping.
Em meio a tantas bandeiras, o pavilhão acreano também estava lá, como identificação da delegação acreana presente na inauguração da obra gigantesca, no sábado (16). A delegação acreana foi integrada por parlamentares como o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o prefeito reeleito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), e empresários de diversos segmentos da economia acreana, como Marcelo Moura.
“O Porto de Chancay é um investimento chinês e peruano que traz uma grande oportunidade para o Brasil e também para o Acre. É a nova rota marítima, também chamada de nova rota da seda, que traz uma grande oportunidade econômica, reduzindo em mais de 12 dias a rota marítima entre a América do Sul e Ásia, desviando o Canal do Panamá. Isso traz uma grande oportunidade para o nosso Estado. O Acre passa a ser central nesta logística”, disse Marcelo Moura.
“As mercadorias que vão entrar no Brasil pelo Porto de Chancay passarão pelo nosso Estado. Nossa missão é, além de estar presente aqui, levar boas ideias para reconstruir a estrutura tributária do nosso Estado, a estrutura logística e burocrática, e para isso vamos convocar toda a nossa bancada federal no Congresso Nacional, que será muito importante para que tenhamos todos os requisitos necessários para receber essas mercadorias”, acrescentou o empresário.
O complexo portuário de Chancay é um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões).
A infraestrutura deve contar com 15 embarcadouros, escritórios, serviços logísticos e um túnel com 2 km de comprimento para o transporte de carga. A estrutura levou oito anos para ser construída, da primeira fase à conclusão atual.
Sua construção não ficou livre de polêmicas – e seus efeitos serão sentidos muito além do Peru.
Em números, o Porto pode atender a 250 carretas simultaneamente; tem 37 hectares de área administrativa e 81 hectares de estrutura; todo o porto é automatizado e vai consumir 36 megawatts por mês de energia limpa (eólica, hídrica e solar).
Os números apontam ainda que o Porto está pronto para receber grãos em até 6 milhões de toneladas por ano, com 1,5 milhão de contêineres por ano. No início, o Porto vai gerar 500 empregos diretos.