“O projeto de eliminar a escala 6×1 e permitir que as pessoas trabalhem apenas quatro dias por semana é bastante prejudicial para o trabalhador, pois aumenta o custo do trabalho, incentiva a informalidade e diminui a produtividade,” afirmou o presidente do BC em uma videoconferência durante o 12º Fórum Liberdade e Democracia, onde foi homenageado.
A proposta
A proposta, criada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), busca reduzir o limite constitucional de horas trabalhadas no Brasil, de 44 para 36 horas semanais. Esse ajuste visa viabilizar uma semana de trabalho de quatro dias no Brasil, adotando a escala 4×3.
Para o presidente do BC, é essencial avançar nas reformas trabalhistas sem onerar ainda mais os empregadores. Ele argumenta que a “ilusão de curto prazo” trazida por obrigações adicionais para os empregadores se torna contraproducente a longo prazo. Campos Neto, que deixa o cargo em dezembro, destacou que tais mudanças não garantem a melhoria dos direitos dos trabalhadores.
Defesa de uma cultura pró-empresário
Ao ser questionado sobre a influência de seu avô, o economista Roberto Campos, Campos Neto ressaltou sua defesa pela autonomia do Banco Central e pelos “valores da economia liberal”. Segundo ele, esses valores incluem o entendimento de que “o Estado não é o indutor principal de prosperidade e produtividade”.
“O Estado precisa desempenhar sua função, atendendo o social, principalmente em um país como o Brasil. Porém, é essencial reconhecer a importância do empreendedor, daquele que toma decisões de risco”, defendeu Campos Neto. Para ele, o Brasil deve adotar uma cultura “pró-empresário, pró-empreendedor e pró-capital” e evitar uma postura antiempreendedor.