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Rio Branco participa da 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos

Por Tânia Villarroel e Stephanie Matos

Iniciou ontem, a 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, que acontece no Cine Teatro Recreio, Rio Branco/AC, do dia 18 a 21 de novembro. O tema deste ano é “Viver com Dignidade é Direito Humano”, ressaltando a importância da dignidade humana para assegurar a qualidade de vida e liberdade para todas as pessoas.


Da esquerda para a direita, Prof. Dr. Minoro Kinpara, presidente da FEM (Fundação de Cultura Elias Mausour), Prof. Dr. Micael Cortes , coordenador do projeto de extensão da UFAC (Universidade Federal do Acre)
e Lígia Morais (Coordenadora Geral da AEDH) representante do Ministério do Direitos Humanos – Foto: Marcelo Dagnoni

A programação é composta por 8 sessões com curtas e longas metragens entre homenagens a Cristina Amaral e Thiago Lourenço e diversos gêneros de filmes selecionados através de chamada aberta pública que contemplaram produções de todas as regiões do país e que ocorrem simultaneamente em todas as capitais das diversas regiões do Brasil. Todas as sessões serão seguidas de debate para abrir espaço para a comunidade problematizar temas tão importantes na atualidade, tais como igualdade, justiça social e o respeito à diversidade.


Da esquerda para a direita , Prof. Dr. Minoro Kinpara, presidente da FEM (Fundação de Cultura Elias Mausour), Prof. Dr. Micael Cortes , coordenador do projeto de extensão da UFAC (Universidade Federal do Acre) e Lígia Morais (Coordenadora Geral da AEDH) representante do Ministério do Direitos Humanos – Foto: Marcelo Dagnoni

Todas as exibições são gratuitas e acessíveis ao público, incluindo legenda descritiva e janelas de LIBRAS, reforçando o compromisso da Mostra com a inclusão.

A abertura contou com a presença de ilustres apoiadores na iniciativa cultural: o Prof. Dr. Minoru Kinpara, presidente da FEM (Fundação de Cultura Elias Mausour); o Prof. Dr. Micael Cortes , coordenador do projeto de extensão da UFAC (Universidade Federal do Acre); e Lígia Morais (Coordenadora Geral da AEDH) representante do Ministério dos Direitos Humanos.

O debate teve colocações reflexivas quanto à consciência da desigualdade social em amplo aspecto e uma sensibilização para um posicionamento de mais respeito à diversidade; pois a sessão de curtas metragens se iniciavam contextualizando a religiosidade afro-brasileira com “Abá”; logo na sequência apresentava “Belos carnavais” contando sobre a morte do sambista Dadinho; no auge desse decorrer a temática do filme “Sem asas”, evidenciava a fragilidade de um corpo negro, ainda que jovem, a ser posto em dúvida ética apenas pelo tom de sua pele; e finalizando-se com “Confluências”, nos convidando a celebrar as colaborações de todos os pensamentos de Nego Bispo em vida, como se seu aniversário também fosse o nosso, atualizando suas inquietações.

Mediadora Viviana Coletty – Foto: Marcelo Dagnoni

A discente de Teatro da UFAC, Geovana Maria, também organizadora da mostra, como lugar de fala pela negritude comenta:”Em “Sem asas” durante todo o filme, senti um aperto no coração, como se tudo fosse acabar mal. Cheguei a pensar que o personagem morreria como acontece na vida real, onde alguns sonhos não se realizam, por conta de preconceito. Zuri, por conta de um tiro disparado por um policial, na hora que leva uma “trigada” no rosto, nos coloca a dúvida de poder realizar o seu sonho de ser um herói à prova de balas”.

Mas, felizmente, não foi o que aconteceu e todo o contexto foi ressignificado num desenlace artístico que nos enche o coração de esperança de quebrar esse padrão de violência através da arte.

Inclusive a professora de Letras do curso universitário da UFAC, Heidi Soraia Berg, também presente na mostra, comentou que “O difícil para o personagem, tanto na vida como no filme, não é estudar Matemática, mas estar na pele de uma pessoa negra que é discriminada diariamente”.

A debatedora convidada e professora de Teatro, Viviana Corletty, bem apontou que “Em “Bons Carnavais” as imagens se sobrepõem e se misturam como os corpos envolvidos, tanto das pessoas como dos espaços, como se a cultura de um lugar ficasse viva porque a relação entre os elementos da cidade é que pulsa o sentido que aquela comunidade dá ao que ali é vivido”.

Isso se complementou na parceria da mediadora Tânia Villarroel que disse que “A dimensão poética do filme lembrou tanto a Festa da Querupita, no bairro do Bexiga como também a Festa do boi, no Morro do Querosene – que nasceu de dentro da casa do Tião Carvalho – como se o enterro do sambista desnacesse as memórias populares de alguns bairros de São Paulo.

Essa mostra foi feita com muito zelo e cuidado e merece ser prestigiada do começo ao fim. Compareçam ao Cine Teatro Recreio, localizado em frente a tradicional Gameleira na rua Senador Eduardo Aassmar no bairro 6 de agosto, só esta semana.

Tânia Villarroel, professora de Teatro da UFAC (Universidade Federal do Acre) e doutoranda do PPGAC (Programa de Pós-Graduação) da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) em Pedagogia do Teatro.

Stephanie Matos, professora de Teatro da UFAC (Universidade Federal do Acre) e recém mestra pelo PPGAC – UFAC (Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Acre) na linha Teoria e Prática das Artes Cênicas.

PROGRAMAÇÃO GRATUITA COM ACESSIBILIDADE

18 de Novembro (Segunda-feira)
• 18h: Coquetel de abertura
• 19h: Sessão de abertura (65 minutos) seguido de debate

19 de Novembro (Terça-feira)
• 19h: Sessão: Territórios e Dignidade (86 minutos) + debate (20 minutos)

20 de Novembro (Quarta-feira)
• 19h: Sessão Depois do Expediente (101 minutos) + debate (20 minutos)

21 de Novembro (Quinta-feira)
• 19h: Curtas jornadas noite Adentro (102 minutos) + debate (20 minutos)

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