A prática de jogos de azar, embora condenada por diversas igrejas evangélicas, tem se disseminado de forma alarmante entre os fiéis, particularmente no que se refere às apostas online.
A Igreja Universal do Reino de Deus, uma das maiores denominações evangélicas do Brasil, abordou recentemente essa questão em um artigo, lembrando que a Bíblia já menciona práticas semelhantes, como quando soldados romanos sortearam a túnica de Cristo após sua crucificação.
Fiéis estão deixando de ofertar para apostar e preocupam pastores/Foto: Reprodução
Apesar do tradicional repúdio aos jogos de azar, a realidade contemporânea mostra um cenário diferente. Pastores estão cada vez mais atentos ao crescimento do vício em jogos entre os fiéis, mesmo diante de sermões contrários a essa prática. Jogos como o “tigrinho” e outras modalidades online têm atraído muitos evangélicos.
Uma pesquisa realizada pelo PoderData entre 12 e 14 de outubro de 2024, com 2.500 entrevistados em 181 municípios, revela dados preocupantes: o grau de endividamento é maior entre os evangélicos, com 21% dos entrevistados relatando dívidas resultantes de apostas, frente à média geral de 16% e aos 12% entre os católicos.
Além do alerta da Universal, o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, intensificou o apoio às pessoas envolvidas com apostas, alertando sobre os riscos associados à digitalização dessas práticas. Hernandes ressalta que a facilidade de acesso aos jogos online tem contribuído para o aumento da dependência.
O pastor Silas Malafaia, conhecido por seu discurso conservador, também alerta os fiéis sobre o “perigo espiritual” das apostas. Ele encoraja aqueles que buscam ajuda a “orar a Deus, ler a Bíblia e pedir libertação de Jesus dessa praga”, associando o vício ao “trabalho destrutivo do diabo”.
Sem falar, claro, na diminuição de ofertas e dízimos por conta do endividamento com os jogos, tanto que uma das maiores forças contra as bets no Congresso é justamente a chamada bancada evangélica.
Pelo jeito, na nova versão das mensagens os pastores trocarão o “gafanhoto” pelo “tigrinho devorador”.