Foram cinco longos meses, mas, enfim, Max Verstappen voltou a subir no topo do pódio da F1. Indo de 17º a primeiro debaixo de chuva no GP de São Paulo deste domingo e ainda aproveitando o azar do rival pelo título de 2024, Lando Norris, o tricampeão ganhou um impulso extra na briga pelo campeonato desta temporada. E ao avaliar a corrida, considerou-a como sua melhor da carreira.
– Claro que eu queria ter vencido um pouquinho mais cedo, mas foi difícil. Tentamos, não entendíamos porque as outras equipes eram tão rápidas. Largando 17º não parecia que voltaríamos a vencer. Então esse foi um resultado incrível, uma injeção de ânimo. Estou confiante, podemos lutar de novo – celebrou ele.
A prova foi difícil do início ao fim por causa das condições da pista, molhada devido à chuva que caiu de forma incessante no Autódromo de Interlagos. Mas, em dez voltas, Verstappen já havia saído do fundo do grid e aparecia já na zona de pontuação.
Aí, ele deixou para trás rivais como Liam Lawson, Oscar Piastri e Charles Leclerc. Aproveitou uma bandeira amarela para trocar os pneus intermediários na hora certa e surgiu atrás do novo líder Esteban Ocon, o qual superou na 43ª volta. A partir daí, bastou gerenciar a vantagem sobre o rival da Alpine.
– Eu não nem sei por onde começar, porque minhas emoções hoje foram de quase destruir a garagem, a ganhar a corrida. Largando em 17º eu sabia que poderíamos fazer uma boa corrida, mas na classificação ficou claro que só tinha uma linha na pista (para pilotar, na parte seca), então seria difícil de ultrapassar. Um ótimo começo, ótima primeira volta, passei uns caras aqui e ali, mas fiquei preso no “trem” de Yuki (Tsunoda), eu acho. Ficamos calmos, era uma corrida muito longa. Tomamos as decisões certas. Paramos, a chuva estava vindo, ficamos na pista, o que foi um pouco perigoso. Eu só tentei manter o carro na pista, e em certo ponto precisávamos da bandeira vermelha. Estava indirigível, mesmo com os pneus de chuva, a pista estava enchendo muito rápido, parecia que estava pilotando um barco ou um jet ski. Acho que daria para dirigir um jet ski aqui hoje – detalhou o piloto da RBR.
As condições da corrida deste domingo, que foi antecipada em duas horas por causa da previsão do tempo, lembraram em muito outra prova memorável de Verstappen em Interlagos: o GP do Brasil de 2016. Na época, ele havia migrado da STR (atual RB) para a RBR, com apenas 19 anos, e encarou muita chuva para ir de 14º a terceiro colocado, recuperando-se após um erro de estratégia do time.
– Essas duas corridas estão no meu top 10 de melhores corridas, mas a de hoje foi bem mais crucial do que aquela. Na época eu não tinha nada a perder, não tinha uma briga pelo título, vim do fundo do grid… Hoje tinha mais coisa em jogo, então eu precisava me controlar mais, estar mais alerta. Então essa pra mim foi a melhor de todas – avaliou o tricampeão.
Max não vencia uma corrida desde o GP da Espanha, em junho deste ano; foram exatos dez GPs sem vitórias, algo que aconteceu simultaneamente à rápida evolução da McLaren. Com isso, a equipe britânica pôde assumir a liderança do campeonato de construtores e deixar seu piloto Norris na vice-liderança do Mundial de pilotos.
Lando chegou a descontar dez dos 57 pontos que tinha de diferença sobre Max, no GP do México, há uma semana. Mas foi apenas sexto colocado na prova deste domingo e, com isso, está agora a 62 pontos do holandês.
Desta forma, Verstappen já pode garantir o título na próxima etapa, o GP de Las Vegas, em 24 de novembro: basta chegar na frente de Norris ou pontuar tanto quanto ele. Max ainda pode garantir o título se a diferença entre os dois na etapa for de, no máximo, dois pontos.
A F1 encara agora um intervalo de duas semanas até o GP de Las Vegas, 22ª etapa da temporada 2024, entre os dias 22 a 24 de novembro. Restam apenas três corridas para o fim do campeonato. Veja calendário!