O ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que prevê uma economia no orçamento do Bolsa Família para o ano que vem de cerca de R$ 2 bilhões. A pasta não faz parte do plano de cortes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, Dias afirma que é possível ter um redução no programa social sem que haja impacto para os beneficiários.
De acordo com o ministro, essa economia já ocorreu entre o ano passado e este e se deu por um pente fino para identificar fraudes no cadastro, além de uma redução de beneficiários que aumentaram de renda e, por isso, deixaram de ser atendidos pelo programa.
— A gente tinha um orçamento de R$ 175 bilhões para o Bolsa Família, em 2023. Fechamos o ano em R$ 168 bilhões. Por quê? Eficiência. Temos garantia de que em 2025, assim como este ano, vamos novamente reduzir. Vamos chegar a perto de R$ 166,5 bilhões. Cerca de R$ 1,5 bilhão, R$ 2 bilhões de economia — afirmou durante visita ao Rio de Janeiro, nesta quarta-feira.
Dias afirmou que o ministério vai continuar monitorando possíveis fraudes:
— Não tem tolerância com fraude. Infelizmente a gente já tirou muita gente que estava praticando fraude, pessoas com renda acima de R$ 100 mil por ano e recebendo auxílio Brasil. Cortamos 3 milhões e 700 mil benefícios com fraudes.
Ainda sobre o ajuste fiscal, o ministro disse que se reuniu ontem com Lula. Dias, porém, não deu detalhes de quais pastas sofrerão cortes.
—É claro que o Brasil tem compromisso para o equilíbrio fiscal. O que o presidente Lula, ainda ontem, deixou muito claro é que nós vamos fazer esse ajuste. Mas não vai recair nas costas dos mais pobres – disse.
Por fim, Dias também falou sobre a expectativa do lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa da presidência brasileira no G20. O programa será lançado por Lula na abertura da cúpula dos chefes de Estado do grupo que reúne as maiores economias do mundo.
Até o momento, ao menos 31 países já aderiram ao programa e outros 27 estão em processo de adesão.
— O problema da fome e da pobreza não é um problema só dos pobres, só de quem passa fome. Ele é um problema do mundo — disse Dias.
— Se o mundo quiser paz social, qualidade de vida e dar solução ao problema dessa forma desorganizada do processo migratório, pessoas emigrando de um lugar para outro sem planejamento, é preciso resolver em cada país o problema da fome — completou.