2024 chega ao fim como um ano de muitas perdas de personagens icônicos e históricos do Acre

Entre os mortos neste ano estão artistas, advogados, miss Acre, empresários, lideranças indígenas, médicos, ex-governadores e jornalistas renomados

O ano de 2024, que está apagando suas luzes nas próximas horas, se foi de alegria para uns, mas foi, por certo, de muitas tristezas para várias famílias de acreanos que tiveram que se despedir de seus entes queridos. Entre as muitas pessoas que partiram, seguem as lembranças daquelas mais conhecidas entre a população local.

Entre os que deixaram saudades em 2024 estão artistas, médicos, advogados, jornalistas e políticos, entre os quais dois ex-governadores do Estado.

A primeira dessas personalidades acreanas que partiram em 2024 foi o servidor público municipal, Gabriel de Almeida Gomes, lotado na Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil (FGV). Ele morreu no dia 1º de fevereiro, aos 42 anos.

Gabriel de Almeida Gomes/Foto: Arquivo pessoal

Quem também morreu em fevereiro, no dia 14, também no Pronto Socorro de Rio Branco, foi José Benedito Ferreira, conhecido como Cacique Bené, da Terra Indígena da Praia da Carapaña, em Tarauacá. Liderança das mais conhecidas do Acre, ele morreu vítima de lúpus.

Cacique Bené/Foto: Reprodução

Ainda em fevereiro, dia 25, também partia o artista plástico peruano e naturalizado brasileiro Jorge Rivasplata de La Cruz. Ele também morreu no Pronto Socorro de Rio Branco, aos 90 anos de idade, deixando no Acre, estado que adotou por mais de 40 anos, desde que deixou o Peru, um legado nas artes como pintor, escultor, caricaturista, entalhador, ceramista, desenhista e professor de artes plásticas.

Jorge Rivasplata de La Cruz/Foto: Reprodução

Em março, no dia 15, morreu Ornaldo Baltazar Sena Ibã, médico indígena acreano. Ele morreu no Rio Grande do Sul, aos 34 anos, na emergência de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), vítima de pancreatite. O médico nasceu na Aldeia Indígena Novo Segredo, município de Jordão, distante a mais de 450 quilômetros da capital acreana. Foi aprovado aos 22 anos em Medicina na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, onde cursou a graduação entre os anos de 2012 a 2018.

Ornaldo Baltazar Sena Ibã/Foto: Reprodução

Em maio, dia 8, morria outro médico, Leonardo Diel, aos 71 anos de idade. Natural do Rio de Janeiro, atuava no Acre há mais de 24 anos como neurologista.

Leonardo Diel/Foto: Arquivo pessoal

Também em maio, dia 4, morria a servidora pública e ex-miss Acre Maria Ivone Ferreira dos Santos, aos 50 anos, vítima de câncer, doença contra a qual lutou por quase uma década. Morreu em casa, assistida pelos filhos – Mariana e Marcelo – e pela irmã, a jornalista Beth Passos.

Maria Ivone Ferreira dos Santos/Foto: Reprodução

No dia 15 de maio, morria também o advogado Romano Gouveia. Além de problemas cardíacos, o operador do Direito foi vítima de um acidente de trânsito, quando se dirigia à emergência do Pronto Socorro do Hospital de Base. Ele tinha 48 anos de idade. O jurista lutou pela vida entubado e em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu.

Romano Gouveia/Foto: Reprodução

Em 1º de junho, morria Valdecir Silva da Cruz, aos 48 anos, em Cruzeiro do Sul. Era árbitro de futebol e foi vítima de acidente de trânsito. A moto que ele pilotava bateu de frente com um caminhão e um caminhão estacionado na Rodovia AC-408, a chamada estrada do aeroporto da cidade.

Valdecir Silva da Cruz/Foto: Reprodução

Ainda em junho, no dia 13, morria Isnard Bastos Barbosa Leite, aos 80 anos. Bancário aposentado, ex-deputado estadual, conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-prefeito de Rio Branco no período de 2002 a 2004.

Era o vice do então prefeito Flaviano Melo, que renunciou para disputar e perder o Governo do Estado na reeleição do então governador petista Jorge Viana. Isnard Leite morreu de complicações pulmonares no Hospital Santa Juliana, em Rio Branco.

Isnard Bastos Barbosa Leite/Foto: Reprodução

Ainda em junho, morria o empresário Braz Pires Luz Filho, aos 97 anos, em São Paulo. Paulistano de nascimento, no Acre foi empresário e produtor rural. Foi também comerciante e um dos fundadores da empresa de venda de móveis e outros bens domésticos, as chamadas Casas Utilar.

Braz Pires Luz Filho/Foto: Reprodução

Em junho também morreu Flaviano Schneider, jornalista, seguidor da doutrina do Santo Daime e ex-assessor de Tião Viana, aos 73 anos. Capixaba, ele foi um repórter atuante na imprensa do Acre desde os anos de 1980 e chegou a se definir como um Mônada, expressão filosófica para definir uma substância simples.

Flaviano Schneider/Foto: Arquivo Pessoal

No dia 10 de julho, morria em Rio Branco a jornalista Jacira Hirt, aos 60 anos, ao perder a luta de meses no tratamento contra um câncer. Natural do Paraná, no Acre, Jacira foi chefe do jornalismo da Rede Amazônica Acre entre as décadas de 1980 e 1990.

Jacira Hirt/Foto: Arquivo pessoal

Ainda em julho, no dia 14, morria o ex-governador Romildo Magalhães da Silva aos 78 anos, vítima de complicações do diabetes, depois de cinco dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Juliana, em Rio Branco.

Nascido no dia 9 de abril de 1946, Romildo Magalhães estudou só até a quarta série do ensino fundamental. Ainda assim, ocupou diversos cargos públicos. Em sua cidade natal, Feijó, foi vereador por três mandatos e prefeito por duas vezes. Foi ainda deputado estadual e vice-governador do Estado, assumindo a titularidade do governo acreano com o assassinato do governador Edmundo Pinto, em 1992. Governou até 1994.

Romildo Magalhães da Silva/Foto: Arquivo pessoal

No dia 27 de julho, morria o empresário Antônio Carlos de Lima Costa, aos 72 anos. Foi o fundador da indústria Bebidas Quinari, fundada pelo administrador em 2006, em Senador Guiomard, interior do Acre. A causa da morte não foi divulgada.

Antônio Carlos de Lima Costa/Foto: Reprodução

Em setembro, no dia 12, morria o músico conhecido como Tião Setecordas, aos 55 anos. O músico acreano Sebastião da Conceição Andrade era cantor, compositor e instrumentista, e é conhecido por ser vocalista do Grupo Hélio Melo e também por se apresentar no forró do Senadinho, atração cultural para idosos tradicional em Rio Branco. A causa da morte não foi divulgada.

Tião Setecordas/Foto: Reprodução

Carmem Almeida da Silva morreu aos 76 anos, em Rio Branco, outra mestra da musicalidade tradicional acreana, no dia 15 de setembro, e a causa da morte não foi divulgada. Ela nasceu às margens do Rio Purus, no Seringal Aracaju, e era conhecida pela música e medicina tradicional com ervas.

Carmem Almeida da Silva/Foto: Arquivo pessoal

No dia 15 daquele mês, os integrantes do sistema de segurança pública e boa parte da sociedade acreana foram alarmados com a morte do delegado de Polícia Federal Fares Antoine Feghali. Fares foi encontrado morto, com um tiro de pistola na cabeça, num dos banheiros de uma sala do edifício Centro Empresarial Rio Branco, no centro da capital. Ele tinha 35 anos de idade.

Fares Antoine Feghali/Foto: Reprodução

Em 18 de outubro, morria, no hospital da Fundação Hospitalar, de complicações renais, o renomado jornalista Marcos Vicentti Batista da Silva, aos 56 anos de idade. Era fotojornalista premiado e sofreu uma parada cardiorrespiratória na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco.

Marcos Vicentti Batista da Silva/Foto: Reprodução

Em novembro, morria também em Rio Branco, após vários dias internado, o vereador reeleito para o oitavo mandato em Tarauacá Chico Batista, do PDT, aos 60 anos de idade. Ele já vinha enfrentando problemas de saúde e, em junho, chegou a ser transferido para a capital acreana após passar mal, em plena campanha eleitoral.

Chico Batista/Foto: Reprodução

Em novembro, dia 20, três dias após completar 75 anos de idade, morria o ex-governador do Acre, Flaviano Melo, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado tratando uma pneumonia. A morte cerebral foi confirmada e os aparelhos que o mantinham vivo foram desligados. Flaviano Melo tinha uma trajetória política de mais de 540 anos de vida pública no Acre, onde foi prefeito por duas vezes em períodos diferentes, governador do Estado, senador da República e deputado federal por três mandatos.

Flaviano Melo/Foto: Reprodução

Em 19 de dezembro, vésperas do Natal e do final do ano, morria o empresário acreano Rodrigo Pires, de 36 anos, em acidente de trânsito na noite na BR-317, km 95, entre Capixaba e Senador Guiomard, no interior do Acre. Era publicitário sócio da agência de publicidade PWC e produtor rural. Era neto de Braz Pires, fundador das lojas Utilar, que morreu em junho deste ano.

Rodrigo Pires/Foto: Reprodução

Em meio a tantas perdas, para quem perdeu seus entes queridos, 2024 é um ano que já vai tarde, carregando o peso de seus dias de dores e desencantos. Que chegue 2025, cheio de esperança e menos perverso.

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