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Acreano de coração, novo reitor do Ifac pretende construir novos campi e investir na saúde dos servidores

Por Everton Damasceno, ContilNet

O rondoniense de 39 anos que chegou ao Acre ainda bebê, sendo natural de Pimenta Bueno, é o mais novo reitor do Instituto Federal do Acre (Ifac). Eleito com mais de 33% dos votos para conduzir a instituição pelos próximos 4 anos, Fábio Storch é professor da área de computação há 15 anos, aprovado no primeiro concurso para servidores efetivos da instituição.

Fábio Storch é natural de Rondônia, mas se considera ‘acreano de coração’/Foto: Reprodução

Acreano de coração – como prefere se identificar ao ser questionado sobre seu estado de origem – Fábio possui mestrado em Educação Profissional e Tecnológica (EPT), além de ser especialista nas áreas de Segurança da Informação e Educação Profissional Integrada à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). No Ifac, foi braço direito da última reitora, a professora Rosana Cavalcante, que dedicou total apoio à sua candidatura nas últimas eleições, sendo vitorioso com mais de 33% dos votos dos servidores e alunos.

Fábio cresceu no bairro Estação – onde moram seus pais até os dias atuais – estudou em escola pública e tem a Educação como um dos principais “recursos para mudar o mundo”, como disse em entrevista exclusiva concedida ao ContilNet.

O novo reitor também falou sobre as expectativas para o mandato, a criação de um novo campus no interior do Acre, autorizado pelo Governo Federal, e a possibilidade de novos concursos.

Reitoria do Ifac, em Rio Branco/Foto: Adma Costa

Conhecido e reconhecido por seu perfil político aguçado dentro do Ifac, Storch foi questionado sobre um possível futuro na política – tema que não é novidade em sua trajetória.

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Como foi receber a notícia de que se tornou reitor do Ifac?

É muita emoção. É muita emoção porque, apesar de termos vencido uma eleição, esse resultado é fruto de um trabalho coletivo e passa por um processo eleitoral onde o voto não é obrigatório. Temos três segmentos na instituição: o segmento discente, o segmento TAE e o segmento docente, e nós vencemos. O nosso plano de trabalho venceu nos três segmentos. Então, a gente fica, assim, em um primeiro momento, muito emocionado, mas isso também reforça a responsabilidade que temos de fazer um trabalho agora, pelos próximos quatro anos, com muita dedicação e empenho. Então, acho que posso resumir a isso: é muita emoção e compromisso mesmo.

Quem é Fábio Storch para quem ainda não o conhece?

Eu ainda me considero um jovem, viu? Um jovem que sempre estudou em escola pública, prestou vestibular para a Universidade Federal do Acre e não consegui ser aprovado naquele primeiro momento. Então, tive que trabalhar e pagar meu curso de graduação lá na Uninorte. Em 2010, passei no concurso do IFAC, que foi a primeira turma de servidores do IFAC. Estou na instituição há 14 anos e, em junho do ano que vem, faremos 15 anos de instituição e nunca passou pela minha cabeça ser reitor. Mas, nesses últimos anos de gestão com a Rosana, fomos tendo oportunidades e observando que na gestão é o local onde podemos também contribuir e oportunizar muitas coisas para a nossa instituição e para a sociedade.

Você assume uma instituição que tem um papel fundamental no Acre, que ganhou destaque muito grande na formação de adolescentes e jovens com cursos superiores importantes. Nesse sentido, qual é para você a importância de hoje ser reitor de uma instituição como o IFAC?

Nossa, cara, é uma tarefa de muita responsabilidade. Estamos no cargo de reitor da instituição, mas não perco de vista que essa é uma instituição, Everton, que tem quase 800 servidores e quase 7 mil alunos. Então, nosso trabalho é um trabalho de representação, mas o grande, eu diria, o grande legado do IFAC, essa grande trajetória de impacto social e de oportunidades que surgiram no nosso estado, é fruto do trabalho coletivo dos nossos servidores, técnicos administrativos e professores que têm transformado vidas através da educação. Só tenho a agradecer a confiança de toda a nossa comunidade acadêmica pela oportunidade de representá-los durante esses quatro anos.

Fábio é professor do Ifac há 15 anos/Foto: Reprodução

E nesse momento agora que você assume a reitoria do IFAC, quais são suas principais necessidades ou quais são as questões prioritárias nesse momento como reitor?

Durante a campanha, disse à comunidade acadêmica que a pauta do nosso trabalho seriam as pessoas. Então, o cuidado com as pessoas e a formação delas estarão sempre em primeiro lugar. Em poucos dias, recompomos o quadro do nosso setor de saúde e qualidade de vida do servidor com um psicólogo e uma psicóloga. E você, que é da área, sabe da importância disso, do cuidado com a saúde do nosso servidor. Também criamos uma mesa permanente de diálogo com os trabalhadores da educação. Acabamos de sair de uma greve histórica. Então, antes que fôssemos provocados, já criamos uma mesa permanente de diálogo com os trabalhadores da educação. Criamos também uma mesa permanente de diálogo com nossos estudantes. Estamos anunciando alguns programas de mestrado para nossos servidores. Anunciamos um com o Instituto Oswaldo Cruz e ontem anunciei, com minha grande amiga, a reitora Guida, um mestrado em planejamento e governança pública para nossos técnicos administrativos. Então é isso. Além da questão das pessoas, quero resumir e concluir dizendo que precisamos consolidar as unidades que temos do ponto de vista de infraestrutura. Temos unidades que estão completando 15 anos, agora no próximo ano, e carecem de recursos para que possamos, às vezes, fazer uma reforma, uma pintura ou uma ampliação de um espaço. Esse é nosso compromisso.

A história do IFAC nos últimos anos foi muito marcada pela entrega de novos campi, de unidades, de projetos e inaugurações em geral. Para 2025, o que vem de novidade nessa sua gestão para o IFAC, para os alunos e para os funcionários?

Já temos o anúncio do presidente Lula para a construção do campus Feijó. Acabamos de concluir, já na nossa gestão, a cessão do terreno, a questão dominial do terreno, junto à superintendência de patrimônio da União. Já temos um terreno lá em Feijó. No início do próximo ano, vamos iniciar o trâmite licitatório para que possamos construir e, se Deus quiser, já entregar aos munícipes de Feijó o campus Feijó. Isso atrairá não só investimento em infraestrutura, não só no prédio, mas também com a questão de concurso de oportunidades para que as pessoas possam fazer educação profissional acontecer naquele local. Temos também o sonho, Everton, a partir do campus Feijó, de chegar a dez unidades de campi no IFAC. Temos um sonho e sonhar não custa. Temos projeto aqui para mais três unidades e ainda queremos dialogar com o Governo do Estado, com a bancada federal e com o Ministério da Educação. Então, nos próximos anos, espero que possamos consolidar as unidades que temos, mas também continuar expandindo para aquelas pessoas que precisam de oportunidades, qualificar nossos servidores, cuidar da saúde de nossos colegas de trabalho e continuar avançando com ofertas de oportunidades para a comunidade.

Então, podemos esperar, com essa possibilidade de construção de um novo campus, novos cursos de formação e concursos públicos?

Com certeza. Quando você abre uma unidade, necessariamente passa pela questão de recursos humanos. Estamos com o concurso de TAI homologado, então esse concurso está vigente. Temos um concurso agora em fase final de divulgação de resultado final, que é o concurso para docentes. Foi previsto uma quantidade de vagas. A abertura de novas unidades abre espaço para concurso. E, claro, isso depende da disponibilidade de códigos de vaga do MEC, mas esse é nosso compromisso, é nossa luta.

Como você quer ser reconhecido na história dos reitores do IFAC? Como deseja que seu mandato seja reconhecido quando finalizar sua história como reitor da instituição?

Acho que como um colega de trabalho que ocupou o posto mais alto da instituição, mas que não perdeu a sensibilidade das pessoas que fazem de fato acontecer, que estão na base. Acho que é isso. Não perder a identidade e a identificação com nossos alunos. Quero chegar ao final dos quatro anos fazendo como faço hoje, estando no refeitório comendo com os alunos, muitas vezes sem ninguém da equipe por perto, bastante à vontade, praticando uma atividade esportiva com nossos servidores. Dessa forma, se eu puder resumir, acho que é assim.

Dentro do IFAC você é conhecido por ter um perfil político muito acentuado e importante dentro da instituição. A própria ex-reitora Rosana Cavalcante falou sobre isso em entrevista. Podemos ter, em algum momento, um Fábio Storch disputando cargo político futuramente?

Olha, um dia se eu tomar essa decisão, essa exclusividade vai ser sua [risos]. Mas assim, meu amigo, é natural que isso aconteça quando lidamos no serviço público, na unidade em que eu estava, que era a Pró-reitoria de Extensão, com a aproximação da instituição com a comunidade, por meio de projetos sociais que atendem muitas vezes mulheres vítimas de violência. Acabei de sair de uma creche aqui, de uma ação de entrega de brinquedos da campanha Papai Noel dos Correios. É natural que nos aproximemos da sociedade. Nesses últimos anos, ajudei a Rosana nas articulações com o parlamento e na captação de recursos. Então, acho que isso é algo um pouco natural. Posso dizer a você que adoro fazer isso. Acredito que a política é um dos maiores instrumentos, assim como a educação, de transformação da sociedade, da realidade das pessoas e de criação e geração de oportunidades. Já conversei com algumas pessoas que me fazem essa abordagem, às vezes pessoas que já estão nesse mundo, que incentivam. Mas acho que minha missão hoje, para concluir, é fazer uma gestão responsável no Instituto Federal do Acre. O que vai acontecer ao final desse processo, aí só o tempo dirá.

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