Augusto Melo vence batalha, mas segue pressionado no Corinthians

Presidente ainda convive com ameaça de impeachment e precisará de apoio no Conselho Deliberativo para aprovar orçamento em reunião na próxima segunda-feira

Augusto Melo obteve importante vitória na última segunda-feira, ao conseguir suspender a reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians que votaria o impeachment dele da presidência do clube. Porém, o cartola sabe que, embora tenha conquistado essa batalha, a guerra política está longe do fim.

Com mandato até o fim de 2026, Augusto Melo seguirá lidando com o fantasma da destituição. O processo que seria julgado na última segunda-feira não foi encerrado, apenas interrompido. A tendência é de que membros da oposição também recorram à Justiça para derrubar a liminar que suspendeu a reunião.

Em paralelo, o presidente do Corinthians pode encarar outro processo de impeachment, aberto no último fim de semana a pedido do Conselho de Orientação (CORI). O órgão reprovou as contas da gestão de Augusto Melo no segundo trimestre deste ano, se queixou de falta de documentos e recomendou a destituição do dirigente – o caso agora é analisado pela Comissão de Ética e Disciplina.

O próximo grande desafio político da diretoria corintiana já tem data para acontecer. Na próxima segunda-feira será analisado e votado pelo Conselho Deliberativo o orçamento para 2025. A reunião é vista como um termômetro da força política de Augusto Melo no momento.

Augusto Melo, presidente do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Augusto Melo, presidente do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli

Nas últimas semanas, com o risco de ser retirado do cargo, o presidente intensificou as articulações no Parque São Jorge. Apesar de ter perdido capital político desde o início de seu mandato, em janeiro, Augusto ainda tem apoios importantes entre conselheiros e, principalmente, entre os associados.

Vale lembrar que, mesmo que o Conselho aprove o afastamento do presidente, a decisão precisa ser referendada pelos sócios do clube.

Apoiado por Augusto Melo em sua eleição à presidência do Conselho, no início deste ano, Romeu Tuma Júnior passou a ser encarado como um opositor. Além de dar prosseguimento ao processo de impeachment, Tuma vem cobrando esclarecimentos e documentos, além de criar comissões para fiscalizar a direção.

– Uma coisa é certa: Ninguém mais pode acusar o Conselho do Corinthians de omisso – disse o presidente do Conselho na noite de segunda-feira.

Por parte da diretoria alvinegra há uma tentativa de jogar água na fervura política, sob o argumento de que tais movimentos podem atrapalhar o rendimento da equipe em campo.

– O que importa é o jogo do Bahia, amanhã (terça-feira) começar a discutir o plano de pagamentos do Regime Centralizado de Execuções. Precisamos salvar o Corinthians, unir os corintianos e é nosso objetivo é esse neste momento – declarou Vinicius Cascone, que já foi secretário geral da gestão de Augusto Melo e atualmente é diretor jurídico.

PUBLICIDADE