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Dnit sabia que ponte na divisa entre Tocantins e Maranhão precisava de reparos e lançou edital meses antes do colapso

Por O Globo

Sete meses antes da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na divisa entre Tocantins e Maranhão, desabar, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já tinha conhecimento de que a estrutura precisava de reparos.

Em nota ao GLOBO, o órgão federal afirmou que, em maio deste ano, lançou um edital para contratar uma empresa que executasse obras de reabilitação — isto é, projetos que visem à restauração da construção. Neste domingo, o desabamento da ponte causou a morte de uma pessoa e 14 ainda estão desaparecidas.

Ponte desaba na divisa entre Tocantins e Maranhão — Foto: Reprodução/Redes sociais

A explicação do Dnit para a obra não ter saído do papel é que nenhuma empresa teria vencido a licitação. “O DNIT informa, ainda, que em maio de 2024 lançou um edital, no valor de aproximadamente R$ 13 milhões, para a contratação de empresa especializada para elaboração dos estudos preliminares, projeto básico e executivo de engenharia e execução das obras de reabilitação da ponte que sofreu o colapso no último domingo (22). A licitação, no entanto, foi fracassada, sem que nenhuma empresa tenha vencido o certame”, diz posicionamento enviado à reportagem.

Apesar de reconhecer uma falha, o departamento informou que entre novembro de 2021 e novembro de 2023, manteve um contrato de manutenção de R$ 3,5 milhões que realizou reparos nas vigas, laje, passeios e pilares da ponte. Um segundo contrato, com vigência até julho de 2026, prevê a execução de serviços na BR-226, em Tocantins.

Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, relatórios gerenciais do Dnit apontam que a ponte apresentava “nota dois” em estrutura, ou seja, havia ciência do estado ruim.

Infográfico mostra local onde ficava ponte que ruiu, na divisa entre os estados de Tocantins e Maranhão — Foto: Editoria de Arte/O Globo

Vídeo flagra desabamento

O vereador eleito por Aguiarnópolis Elias Junior (PRB-TO) gravava um vídeo perto da ponte quando foi surpreendido ao perceber o início do colapso da construção.

“Vou mostrar para vocês, quero que esse vídeo chegue até as autoridades competentes, […] deputados federais, senadores. Essa ponte já tem mais de 60 anos de existência, e, como vocês podem ver através das redes sociais, o noticiário tem mostrado bastante […] a ponte não está mais suportando o grande fluxo de veículos pesados que passam por aqui”, explica o Junior.

Em seguida, ele começa a mostrar rachaduras no solo, justamente no momento em que a pessoa que filmava nota a abertura de uma fenda na construção, começa a correr e pede que o vereador faça o mesmo. A gravação é interrompida no momento em que uma fenda já está aberta na ponte, mas sem ela ainda ter cedido por completo.

Segundo relatos de testemunhas que viram o momento do desabamento, entre 100 e 150 metros da construção ruíram e caíram no Rio Tocantins. Ao menos uma carreta passava pelo local e caiu sobre o curso de água.

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