Dólar bate novo recorde e fecha a R$ 6,27 após decisão do Fed e falas de Haddad

Ministro não descarta ataque especulativo por trás da desvalorização recente do real; decisão do BC dos EUA também fortaleceu a moeda americana

dólar fechou em forte alta nesta quarta-feira, 18, atingindo um novo recorde a R$ 6,27. A moeda já vem em ritmo de alta nos últimos dias, renovando os recordes sucessivamente. Ontem, a divisa fechou com avanço de 0,04%, encerrando a sessão a R$ 6,0961, após oscilar entre R$ 6,0581 e R$ 6,2073 durante o dia.

Entre os motivos para a superapreciação da moeda moeda norte-americana estão as declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre cortes de gastos e possíveis ataques especulativos à economia brasileira, além da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).

Em sua última reunião de 2024, a autoridade monetária anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, agora na faixa de 4,25%-4,50%.

A decisão, que reduz o custo dos empréstimos, intensificou a pressão sobre mercados emergentes como o Brasil, ao aumentar a atratividade de ativos em dólar. No Brasil, os juros futuros dispararam, com o de 2027 chegando a esbarrar em 16%.

Dólar hoje

  • Dólar comercial: +2,82%, para R$ 6,27

Pacote fiscal e declarações de Haddad

A aprovação do texto-base de uma das propostas do pacote fiscal do governo na Câmara dos Deputados também refletiu no câmbio. Em meio a ânimos alterados nos últimos pregões, o mercado reagiu com cautela à aprovação parcial do pacote, uma das principais iniciativas do governo para ajustar as contas públicas.

Mas os investidores também reagiram às declarações de Haddad durante entrevista à imprensa nesta manhã. O ministro destacou que o processo de cortes de gastos ainda está em andamento e mencionou questões pendentes, como a desoneração da folha de pagamentos, que aguarda decisão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Haddad também sugeriu a possibilidade de um ataque especulativo, embora tenha enfatizado que o governo segue focado nos fundamentos econômicos.

“Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal”, afirmou, deixando aberta a possibilidade de intervenções do Tesouro e Banco Central para conter movimentos especulativos.

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