ContilNet Notícias

Fotos: grande público e presença de cosplays mantêm a tradição do CCXP, em São Paulo

Por O Globo

A Comic Con Experience 2024 (ou CCXP) teve início nesta quinta-feira (5), no São Paulo Expo, pavilhão de exposições na Zona Sul da cidade. Desde 2013, o evento — considerado o maior de cultura pop da América Latina — reúne milhares de fãs do nicho, que contempla desde filmes e séries até jogos e animes.

Além de reunir grandes empresas, celebridades nacionais e internacionais e, há poucos anos, influenciadores (os creators), em ações diversificadas, como painéis e sessões de autógrafos, outra certeza da feira é a presença de um enorme público. Nesta 11ª edição, o encontro deve receber mais de 300 mil pessoas ao longo dos quatro dias de duração.

Clarissa e Giovana se conheceram no ano passado e, nesse ano, se encontraram novamente. Nos dois anos, ambas estavam como Jinx, de League of Legends. — Foto: Fernanda Alves Davi

Uma tradição consolidada há anos faz com que alguns acabem chamando a atenção em meio ao mar de pessoas: os cosplays. Ao andar entre os estandes e palcos, é fácil esbarrar com pessoas vestidas como os mais distintos personagens do entretenimento — muitos, no caso, parando diversas vezes para posar para fotos com o restante do público.

Neste ano, além das figuras mais conhecidas, como os heróis e vilões da Marvel e da DC, os cosplayers investiram em produções de personagens que vêm fazendo sucesso com lançamentos recentes. Jinx, do jogo League of Legens e da série “Arcane”, da Netflix, pôde ser vista várias vezes, com diferentes versões. Já Elphaba, de “Wicked”, também foi figurinha repetida.

Clarissa e Giovana, se conheceram na edição do ano passado, ambas vestidas como Jinx, e, neste ano, acabaram se encontrando novamente. Enquanto Clarissa, estudante de direito, frequenta a CCXP desde 2019, Giovana começou a participar apenas em 2022, acompanhada da mãe.

— Acho muito legal quando pedem para tirar foto, você sente que o seu trabalho é valorizado — diz Clarissa. — Eu fiz a fantasia inteira. Levei alguns meses porque eu não sabia costurar, só comprei uma máquina de costura e comecei a fazer. Depois fui aprimorando e consegui fazer as armas.

Ainda na onda de personagens famosos, Naldo e Ana Teresa aproveitaram o sucesso da adaptação do jogo “Tha Last Of Us” e fantasiaram-se de Joel e Ellie. Naldo, que é designer de games, é familiarizado com este universo do entretenimento e frequenta o evento há três edições.

— Nós jogamos o jogo juntos e sempre gostamos muito, até nos identificamos um pouco com os personagens. Achamos que seria legal curtir a CCXP nessa vibe, então um amigo nosso, que é artista plástico, fez as armas com PVC e canos — comenta Naldo. — Ela ficou assustada porque chegamos e já quiseram tirar foto com a gente (risos).

Enquanto muitos realizam os cosplays como hobbies, outros têm esta atividade como profissão. Nataly trabalha como personagem viva e cosplayer desde 2022, fazendo personagens de filmes, quadrinhos, jogos e, até mesmo, as princesas da Disney. Apesar de frequentar a CCXP desde 2017, começou a se fantasiar no ano em que iniciou o trabalho na área.

— É sempre legal e gratificante fazer um personagem que você gosta. Talvez não seja todo mundo que vá curtir, por conta da interação com o público, mas, para quem é minimamente extrovertido, é bem legal — diz Nataly, que estava de Soraka, mais uma personagem de League of Legends.

Luíza, designer, e Gabriela, wig maker, planejaram seus cosplays desta edição por mais de um ano. Segundo elas, apesar do trabalho, vestir-se como Howl e Sophie Hatter, de “O Castelo Animado”, é muito gratificante, visto que gostam muito da animação.

— Eu fiz tudo do zero, levei uns seis meses já que deixei para fazer em cima da hora (risos). Mas ainda fiz uma parte da roupa dela (apontando para Gabriela). — comenta Luíza, cosplayer há 11 anos.

Apesar de boa parte dos cosplayers frequentar a CCXP há várias edições, para muitos, o início da atividade se deu apenas neste ano. Dimitrius, professor, e Humberto, programador, escolheram os personagens da animação “Hotel Hazbin”. Enquanto o professor optou por se vestir como Lúcifer, por se identificar com seu jeito paternal, o programador preferiu Alator, por sua liberdade.

— É uma experiência muito empolgante. Assim que chegamos, já pediram para tirar foto com a gente, isso nunca tinha acontecido antes — diz Dimitrius.

Por outro lado, alguns visitantes já estão mais do que acostumados com a ação. Gustavo, harmonizador facial, e Vitor, empresário, são amigos desde os três anos e, juntos, já realizaram diversos cosplays. Nesta edição e na anterior, escolheram elaborar suas fantasias com base nos heróis da série “Power Rangers”.

— Na escola, brincávamos de ‘Power Rangers’ em todo intervalo. Sempre quis poder ser um deles, então, ter a possibilidade de fazer cosplay é muito legal — diz Vitor. — Além de ser uma série que todo mundo conhece e gosta, também é um cosplay com capacete, então, não tem nada que tire a gente do personagem. Quando olham para a gente, parece que acabamos de sair da tela da TV.

sob orientação de Pedro Carvalho

Sair da versão mobile