Há dois anos, Brasil escapava do que poderia ter sido o maior atentado terrorista de sua história

Atentado a bomba com uso de caminhão tanque em aeroporto de Brasília chegou a ser acionado, mas bomba não disparou

Há dois anos, no Natal de 2022, antes da posse do atual governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil escapava do que poderia ter sido o maior atentado terrorista de sua história: a explosão de uma bomba junto a um caminhão-tanque carregado de querosene, o combustível da aviação, no aeroporto internacional de Brasília (DF), lotado de pessoas embarcando ou chegando para as festas de final de ano e do Natal. Era a primeira grande ação de bolsonaristas, como são chamados os seguidores do então presidente derrotado Jair Bolsonaro, contra a posse do novo governo de Lula.

Aereporto Internacional de Brasília/Foto: Reprodução

Os três principais envolvidos na trama foram identificados, presos e estão em processo de ressocialização. Eles eram integrantes do movimento golpista acampado em frente ao Quartel-General do Exército e tentaram explodir o caminhão-tanque com 63 mil litros de querosene.

Liderados por George Washington de Oliveira Sousa, o objetivo do trio era instaurar, à custa de muito sangue e muitas mortes caso o caminhão explodisse nos arredores do aeroporto, um estado de sítio no país, a começar pela capital federal. Eles também planejaram a explosão de bombas em pontos estratégicos da capital federal às vésperas do Natal. O artefato próximo ao aeroporto chegou a ser armado, mas falhou no momento da ativação. Após a tentativa frustrada, a Polícia Militar foi acionada e conseguiu desativar o explosivo. George Washington de Oliveira Sousa, apontado como o mentor da ação, foi preso pela Polícia Civil horas depois, em uma operação conduzida pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). No imóvel alugado por ele, as autoridades encontraram um arsenal com explosivos e munições.

George foi condenado a nove anos e oito meses de prisão, além de 55 dias-multa. Desde maio, cumpre pena em regime semiaberto com trabalho externo. Ele também foi incluído na lista da Vara de Execuções Penais (VEP) para o benefício da saída temporária de Natal, entre os dias 22 e 27 de dezembro. Para obter o benefício, ele leu livros na prisão e recebeu visitas regulares na Penitenciária da Papuda. Apesar da concessão do “saidão”, George ainda precisa retornar à prisão para pernoitar diariamente.

Ian Diego dos Santos Rodrigues, outro envolvido no caso e réu confesso por ter colocado a bomba no caminhão-tanque, foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão. Desde julho, cumpre pena em regime aberto na cidade de Comodoro (MT), onde não pode dormir fora de casa. Apesar disso, seu paradeiro atual é incerto. As últimas informações indicam que ele está desempregado, realizando “bicos” na região.

O terceiro participante da trama é o blogueiro Wellington Macedo de Souza, que esteve foragido após o atentado e o envolvimento em uma tentativa de invasão ao prédio da Polícia Federal. Preso em setembro do ano passado no Paraguai, pela Interpol, e entregue às autoridades brasileiras, Wellington foi condenado a seis anos de prisão. Desde o início deste mês, cumpre pena em regime semiaberto, mas não teve direito à saída temporária devido a um mandado de prisão ainda ativo, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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