O Itaú Unibanco demitiu o CMO (chief marketing officer) Eduardo Tracanella por mau uso do cartão corporativo em despesas pessoais. A decisão foi tomada em uma reunião fechada com a alta liderança do banco e oficializada na 6ª feira (29.nov.2024). A informação é do portal Brazil Journal.
Tracanella acumula 27 anos de serviço no Itaú, sendo 6 deles na liderança do time de marketing. Também integra o time de sócios do banco e foi responsável por campanhas recentes, como a que trouxe o show da cantora Madonna ao Rio de Janeiro este ano.
Segundo o Brazil Journal, não há confirmação sobre quais gastos categorizaram o mau uso do cartão corporativo, mas fontes próximas ao caso indicaram que o caso não se tratou de “incidentes isolados”, mas sim parte de um padrão de “desvio sério de conduta” do executivo.
Além do caso do uso considerado inadequado do cartão de crédito relatado pelo Brazil Journal, Tracanella não estava apresentando resultados considerados satisfatórios, na avaliação da direção do Itaú. O banco tem um dos maiores orçamentos de marketing do Brasil e investiu de maneira intensa para celebrar seus 100 anos, agora em 2024.
O CMO tomou decisões que a instituição considerou incorretas, como colocar verbas publicitárias em veículos e baixo impacto, como TVs a cabo de notícias –que, juntas, têm menos de 200 mil pessoas assistindo.
Tracanella também chegou a receber proposta de colocar publicidade na nova emissora de TV a cabo de notícias Times Brasil – que dizia ser a CNBC no Brasil, mas no final acabou apenas comprando o direito de reproduzir o conteúdo dessa emissora dos EUA especializada em economia e negócios (ainda assim, só algumas horas do dia). A TV Times Brasil anunciou que o Itaú era patrocinador da emissora, dado que foi considerado numa primeira versão desta reportagem. Segundo o veículo disse ao Poder360 depois de este texto ter sido publicado, apesar de ser CMO do banco, Tracanella não atuou para fechar a parceria.
Um outro aspecto que deixava a direção do Itaú descontente era a insistência de Tracanella de manter a estratégia de marketing do banco: falar pouco (ou quase nada) de produtos da instituição em seus comerciais –privilegiando apenas a promoção da imagem institucional da marca.
O Poder360 telefonou e mandou mensagens de texto para o celular de Eduardo Tracanella para ouvi-lo sobre sua saída do Itaú. Até a publicação deste post, não houve resposta. Assim que uma manifestação for enviada, será publicada.
FIM DE UM CICLO
O publicitário usou o seu perfil do LinkedIn para falar sobre a saída do Itaú Unibanco. Afirmou que no momento se dedicará mais a família, pois “celebrar 100 anos em 1, cobra seu preço”, em referência às comemorações do centenário da empresa. Ele não comentou sobre o motivo da saída.
“É o momento de encerrar meu longo e ininterrupto ciclo, desejar muita sorte aos que ficam, arrumar as malas e me preparar para o próximo capítulo”, afirmou