Uma brasileira e seu marido boliviano foram condenados pela Justiça Federal a quatro anos de prisão pelos crimes de tráfico de pessoas e trabalho escravo, praticados contra uma adolescente de 15 anos em 2017. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a sentença, a mulher teria convencido a vítima, residente em um seringal na zona rural de Tarauacá, a acompanhá-la, prometendo estudos e trabalho como vendedora de doces em Rio Branco. No entanto, a adolescente foi levada para Cobija, na Bolívia, onde foi submetida a condições de trabalho análogas à escravidão.
A decisão judicial aponta que o casal aproveitou-se da situação vulnerável da adolescente, órfã de mãe e filha de um pai alcoólatra, para enganar a vítima. Há acusações adicionais de que os dois aliciaram outras crianças e adolescentes.
O Conselho Tutelar de Epitaciolândia, cidade vizinha à Cobija, registrou diversas denúncias contra o casal ao longo de quatro anos, período em que os acusados foram monitorados. Outra ação penal envolvendo os mesmos réus está em fase final de julgamento.
A pena foi convertida em restrição de direitos, com a determinação de pagamento de R$5 mil e a obrigação de doar alimentos mensalmente por quatro anos. Os réus recorrem da sentença em liberdade. Não houve contato com a defesa, pois os nomes dos acusados não foram informados.