Justiça de São Paulo concede liberdade provisória a jogadoras do River Plate presas por racismo

Argentinas terão que permanecer no Brasil e comparecer mensalmente em juízo

A Justiça de São Paulo acatou o pedido da defesa das jogadoras do River Plate presas no último sábado por racismo, e elas tiveram concedida a liberdade provisória. A decisão foi do juiz de plantão Fernando Oliveira Camargo, que condicionou a sentença à permanência das argentinas no Brasil e o comparecimento mensal em juízo para justificar suas atividades.

As atletas que estavam presas e tiveram a liberdade concedida são Camila Ayelen Duarte, Candela Agustina Diaz, Juana Cangaro e Milagros Naiquen Diaz. A decisão desta sexta não anula o processo que corre contra elas na Justiça.

Quatro jogadoras do River Plate foram presas após cometerem racismo durante jogo em São Paulo — Foto: Reprodução

Foi dado às quatro também um prazo de cinco dias para realizar o depósito de R$ 25 mil em favor do gandula alvo do racismo cometido por elas. Caso esta decisão não seja cumprida, a liberdade provisória pode ser revertida.

O episódio ocorreu durante partida contra o Grêmio, pelas semifinais do torneio Brasil Ladies Cup, no estádio do Canindé, em São Paulo. Candela Díaz, jogadora do time argentino, foi flagrada fazendo um gesto de macaco para um gandula que trabalhava no jogo.

Segundo o Grêmio, algumas atletas de seu time também foram alvo de racismo ao defenderem o gandula. A confusão toda resultou na expulsão de seis jogadoras do River Plate, que ficou sem o número mínimo de atletas para continuar em campo.

A partida foi encerrada, garantindo a vitória por 3 a 0 ao Grêmio, conforme o regulamento. O Comitê Organizador da Brasil Ladies Cup ainda determinou a exclusão do River e sua suspensão por dois anos.

Logo após a partida, as jogadoras foram levadas para a 6ª Delegacia de Polícia em São Paulo. As vítimas e as testemunhas foram ouvidas e apontaram as quatro atletas como responsáveis pelos atos.

Nesta sexta, a defesa das quatro argentinas emitiu comunicado afirmando que “esclarecem que este não é o momento do exame do mérito das acusações, porém, igualmente a prisão antes decretada não poderia subsistir, ante a ausência de razões a sustentá-la. Felizmente revogada hoje a prisão, em liberdade, aguardarão o desfecho do Inquérito policial”.

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