ContilNet Notícias

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF e aponta necessidade de policiais federais darem o exemplo

Por O Globo

Após ser informado sobre o caso de uma jovem baleada na cabeça em abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, relatou a assessores que “as polícias federais têm a obrigação de dar o exemplo”. A informação foi publicada nesta quarta-feira pelo g1 e confirmada pelo GLOBO.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, participa nesta terça-feira de audiências públicas no Congresso. — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo.

O descontentamento do ministro com o caso ainda foi amplificado por ter acontecido no mesmo dia em que o Ministério da Justiça publicou um decreto sobre o uso de forças policiais em todo o país.

A decisão de afastar os agentes envolvidos na abordagem foi tomada por Lewandowski ainda na noite de terça. Nesta manhã, a PRF publicou uma nota comunicando as sanções aos policiais.

A Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, determinou a abertura de um procedimento interno para apurar os fatos. A Polícia Federal também instaurou um inquérito para investigar o ocorrido.

“A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”, diz a nota da PRF.

Abordagem na véspera de Natal

Juliana Leite Rangel, de 26 anos, estava indo com a família, de cinco pessoas, passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, em Niterói, quando o veículo foi alvo de disparos de agentes da PRF em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Ela precisou ser entubada, passou por cirurgia e tem quadro de saúde gravíssimo. Está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI).

A abordagem da PRF ocorreu por volta das 21h. O pai de Juliana, Alexandre da Silva Rangel, 53 anos, foi atingido por um disparo na mão esquerda. Ele foi atendido pelos médicos e liberado no mesmo dia.

Em entrevista à CBN, Alexandre Rangel afirmou que os agentes da PRF atiraram contra o carro enquanto ele tentava encostar. Segundo ele, os policiais ainda o acusaram de ter efetuado disparos.

“Eu estava vindo na Washington Luis, ligaram a sirene e eu liguei a seta para encostar e já foram ‘metendo’ bala no meu carro. Acertou um tiro de fuzil na cabeça da minha filha. A bala que acertou ela pegou no meu dedo. Meu carro todo cheio de bala, sem eu fazer nada. Ainda falaram que fui eu que atirei”, contou Alexandre.

Sair da versão mobile