O Ministério Público da Bahia (MPBA) disse nesta quinta-feira (19/12) que abriu um inquérito para apurar se a cantora Cláudia Leitte cometeu racismo religioso durante uma apresentação em Salvador. Na ocasião que gerou o processo, a artista modificou a letra da música Caranguejo, que menciona uma saudação a Iemanjá, para cantar “eu canto meu rei Yeshua”, uma referência a Jesus em hebraico.
Cláudia foi criticada nas redes sociais e o ato foi repudiado pelo secretário de Cultura e Turismo de Salvador (BA), Pedro Tourinho.
“Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo”, escreveu em um post no Instagram.
De acordo com o MPBA a denúncia foi feita pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e ficará a cargo da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, que apurará se a responsabilidade civil diante de possível ato de racismo religioso consistente na violação de bem cultural e de direitos das comunidades religiosas de matriz africana, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal.
Desde que o caso viralizou, Claudia Leitte não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestações.