O Acre e outros estados brasileiros podem enfrentar um futuro de temperaturas extremas. Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil revela que, até 2050, o Estado deverá vivenciar, ao menos, nove ondas de calor por ano.
Essa previsão não se limita ao estado acreano, afetando também outras regiões do Brasil, como o Amazonas, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, além de áreas do nordeste do Pará, norte do Ceará e Rio Grande do Norte.
O estudo, que tem como foco os impactos das mudanças climáticas no setor de saneamento, aponta que o aumento das temperaturas poderá gerar consequências severas. A pesquisa, intitulada “As Mudanças Climáticas no Setor de Saneamento: Como secas, tempestades e ondas de calor impactam o consumo de água?”, destaca que essas alterações climáticas impõem uma pressão considerável sobre os sistemas de abastecimento de água dessas regiões.
De acordo com os pesquisadores, esse cenário pode resultar em um aumento no consumo de água, além de acelerar a degradação das infraestruturas de abastecimento de água e esgoto. A sobrecarga nos sistemas de saneamento também pode intensificar problemas já existentes, como a geração de odores nos esgotos e a proliferação de cianobactérias em mananciais de água, comprometendo ainda mais a qualidade da água potável.
A pesquisa revela que 45% das cidades do Acre estão em situação de “risco muito alto” devido às ondas de calor, que podem diminuir significativamente os níveis dos mananciais que abastecem essas áreas. As cidades mais vulneráveis são aquelas que dependem exclusivamente de mananciais superficiais e estão situadas em regiões onde as ondas de calor tendem a se agravar.
O estudo também alerta que os maiores índices de risco são registrados em localidades específicas. Entre elas estão o interior de São Paulo, o sudoeste de Minas Gerais, a região litorânea de Pernambuco, além de municípios nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Acre e Amazonas. Esses locais, por suas características geográficas e de abastecimento, enfrentam maior perigo diante do aquecimento global e das alterações nos padrões climáticos.