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Redenção coletiva marca despedida do Vasco de São Januário no Brasileirão

Por Ge

A despedida do Vasco de São Januário neste Brasileirão foi marcada por uma série de redenções do elenco vascaíno. A atuação sólida diante do Atlético-MG nesta quarta-feira deu fim a um jejum incômodo de cinco jogos sem vitórias da equipe na competição e carimbou o passaporte do clube para a Sul-Americana, após cinco temporadas longe da disputa de torneios internacionais.

Em seu segundo jogo sob o comando interino do Vasco, Felipe promoveu mudanças táticas e abriu mão do esquema com dois pontas. A formação com dois atacantes permitiu que a torcida visse Philippe Coutinho mais participativo no meio-campo. O camisa 11 foi o regente da vitória vascaína, com um gol e uma linda assistência para Vegetti, e saiu de campo ovacionado pela arquibancada.

Felipe iniciou o duelo com uma trinca de volantes, formada por Jair, Hugo Moura e Mateus Carvalho. O meio-campo mais povoado foi a estratégia encontrada pelo interino para ter superioridade numérica no setor em relação ao Galo e manter a posse de bola com o Vasco.

Felipe, Vasco x Atlético-MG — Foto: André Durão / ge

A intenção deu certo. Muito pela grande atuação de Jair para controlar o jogo. Elogiado pelo treinador na coletiva de imprensa, o volante foi titular pela primeira vez após a grave lesão que o afastou dos gramados por quase toda a temporada e teve seu nome gritado pela torcida quando foi substituído por Sforza na segunda etapa.

– Quando você joga com um extremo, você ganha velocidade pelo lado, mas acaba perdendo a superioridade numérica por dentro. Graças a Deus, conseguimos equilibrar esse aspecto. Ganhamos um homem a mais no meio-campo com o Jair, ajudando tanto na marcação quanto na saída de bola. Coutinho e Alex se conectam muito bem, e fizeram companhia ao Vegetti. Isso facilitou bastante, demos amplitude com os laterais, Piton e PH – disse o técnico interino.

A partida também terminou com a sequência de seis jogos consecutivos com gols sofridos pela defesa do Vasco. E, mais uma vez, a torcida respondeu positivamente ao que estava vendo em campo. Muitas vezes criticado pelos vascaínos ao longo da temporada, Léo foi exaltado a cada disputa vencida contra Hulk, que não teve praticamente nenhuma boa chance para finalizar.

A “noite de redenções” em São Januário também iluminou o lado ofensivo do Vasco – mais precisamente Vegetti, que conseguiu fazer as pazes com as redes. Após lindo passe de Coutinho, o argentino voltou a marcar no Brasileirão após mais de dois meses de jejum. Seu último gol na competição havia sido no empate em 1 a 1 contra o Cruzeiro, no dia 29 de setembro.

Vasco seguro desde o início

Nenhuma das equipes teve oportunidades claras para abrir o placar no primeiro tempo. O Vasco, porém, foi capaz de manter a posse de bola e ficar mais presente no campo de ataque. A equipe abusou menos dos cruzamentos em relação às partidas anteriores e era possível ver associações com passes curtos, principalmente entre Coutinho, Alex Teixeira e Vegetti.

O Atlético-MG pouco ameaçava. Foram apenas quatro finalizações do time mineiro durante toda a primeira etapa, e Léo Jardim fez duas defesas, quando foi exigido.

Hulk e Léo Pelé – Vasco x Atlético-MG — Foto: André Durão

Gol no início e a tranquilidade na segunda etapa

Logo aos seis minutos do segundo tempo, o Vasco conseguiu abrir o placar demonstrando intensidade na pressão ofensiva. Hugo Moura desarmou Rubens no campo de ataque, e Philippe Coutinho aproveitou a defesa bagunçada para dar lindo passe para Vegetti abrir o placar.

A vantagem deu maior tranquilidade à equipe de Felipe. A única chance clara para o empate do Atlético-MG foi nos pés de Vargas, após erro na saída de bola de Léo Jardim, aos 16 minutos. Mas, logo na sequência, o Vasco conseguiu ampliar depois de nova roubada de bola. Aos 18 minutos, Mateus Carvalho desarmou Alisson e puxou bom contra-ataque. Lucas Piton cruzou para Coutinho finalizar e marcar o segundo gol.

Coutinho fez o segundo gol do Vasco na vitória sobre o Atlético-MG — Foto: André Durão

Com o resultado na mão, o Vasco esfriou o jogo e manteve o controle da partida ao longo de toda a segunda etapa, sem ser ameaçado pelo adversário, e fechou a vitória de forma segura.

Paulinho: a última redenção

A despedida do Vasco de São Januário neste Brasileirão ainda contaria com uma última volta por cima nos minutos finais do confronto. O meia Paulinho voltou a atuar pelo clube após quase 11 meses de recuperação de uma ruptura no ligamento do joelho direito, sofrida em janeiro.

– Falei para o Paulinho: “Se tudo correr bem com o Atlético-GO, você vai entrar para você desfrutar do momento”. Dez meses sem atuar é um sofrimento muito grande, dez meses de fisioterapia todo dia, musculação, tem dia que dói, tem dia melhor, um turbilhão de emoções, a confiança ainda não está 100%. Infelizmente não foi possível. Graças a Deus hoje deu tudo certo, chamei ele. Ele me agradeceu. Falei: “Desfruta, ganha confiança, ajuda os companheiros. Meu papel é facilitar e ajudá-lo neste momento maravilhoso” – revelou Felipe

Paulinho entrou em campo aos 43 minutos da etapa final no lugar de Hugo Moura e foi mais um motivo para a festa da torcida. Com pouco tempo de jogo e o ritmo ainda fora do ideal, o meia não chegou a ter uma participação efetiva na partida, mas é uma das esperanças para o torcedor do Vasco em 2025, no reencontro do clube com uma competição internacional e com os desafios que a nova temporada reserva.

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