Região do Segundo Distrito é a mais violenta de Rio Branco, mostram números da Sejusp

No interior, municípios mais violentos, depois de Rio Branco, são Feijó e Tarauacá; na Capital, o Taquari é o bairro mais perigoso

Das 73 mortes violentas registradas em Rio Branco no período de janeiro até a última segunda-feira, 16 de dezembro de 2024, 11 delas foram registradas no bairro Taquari, no Segundo Distrito da capital acreana. O primeiro registro de homicídio no bairro em 2024 foi no segundo mês do ano.

Na noite do dia 22 de fevereiro, um jovem casal que havia se mudado fazia pouco tempo para a Travessa Rio Branco, no Taquari, foi abordado por criminosos ligados às facções que atuam no bairro. Embora tenha dito que não pertencia a facção alguma, o rapaz, identificado por Fábio Júnior do Nascimento Pimentel, de 24 anos, acabou assassinado pelos homens que o questionaram de qual bairro ele vinha e se pertencia a alguma facção criminosa.

Bairro Taquari, no Segundo Distrito de Rio Branco, lidera o ranking de violência na capital, com 11 homicídios registrados em 2024, segundo a Sejusp-AC/Foto: ContilNet

Cinco meses depois, na madrugada do dia 22 de junho, cerca de oito criminosos invadiram uma distribuidora de bebidas, que também funciona como mercearia na Rua Baguari, também no Taquari, e mataram a tiros Luiz Afonso da Cunha, de 47 anos, e Adálio de Aguiar Fernandes, de 48.

Ainda no bairro Taquari, três meses depois, um homem identificado como Jeferson dos Santos, de 35 anos, foi morto a tiros na tarde do dia 18 de setembro, na Travessa Morada do Sol.

Essas três ocorrências são o resumo de 11 casos parecidos registrados no Taquari ao longo do ano. Todos esses assassinatos fazem do Taquari o bairro mais violento da capital.

Os números, divulgados na tarde desta terça-feira (17), são da Divisão de Estatísticas da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-AC). O Taquari tem, sozinho, quase o dobro dos casos dos dois bairros que aparecem em seguida como segundo colocados em matéria de violência – o Belo Jardim II e Cidade do Povo, com seis mortes cada.

Os outros 10 bairros com o maior índice de homicídios em Rio Branco são:

  • Distrito Industrial – 5 mortes;
  • Belo Jardim I – 4 mortes;
  • Santa Inês – 3 mortes;
  • Universitário – 2 mortes;
  • Loteamento Santa Helena – 2 mortes;
  • Residencial Rosa Linda – 2 mortes;
  • Recanto dos Buritis – 2 mortes.

Mesmo com menor número, vários bairros vizinhos ao conjunto habitacional Cidade do Povo aparecem entre os 10 com mais homicídios, como é o caso do Residencial Rosa Linda e do Loteamento Santa Helena. Também há proximidade geográfica entre outras regiões que constam na lista, como Belo Jardim I e II, Santa Inês e Recanto dos Buritis.

Os números mostram que, em matéria de violência, a região do Segundo Distrito de Rio Branco é pior para se viver na capital.

Em toda a capital, foram 73 homicídios registrados em Rio Branco até segunda-feira. O índice, no entanto, significa uma redução de 26,26% em relação ao mesmo período de 2023, que encerrou com 99 mortes violentas intencionais.

A Sejusp aponta o tráfico de drogas e o crime organizado como os principais desafios da segurança pública no Acre. O estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelou que todos os municípios do Acre têm presença de facção criminosa, e pelo menos 18 municípios acreanos têm a presença majoritária de apenas uma delas.

Em todo o estado, foram 150 homicídios até esta segunda-feira. Este total também representa redução em relação ao ano passado, que finalizou com 180 mortes. Após Rio Branco, os municípios com mais homicídios são Feijó (17) e Tarauacá (15).

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