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Salário mínimo: Lula deve assinar decreto que define novo valor nos próximos dias

Por NSC Total

Um decreto presidencial deve ser publicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias para corrigir o valor do salário mínimo. A previsão é que o indicador passe dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025.

Caso se confirme essa projeção, o aumento entre 2024 e 2025 será de R$ 106, equivalente a 7,5%, com ganho real, acima da inflação. O novo valor passa a valer a partir de janeiro, com pagamento em fevereiro.

Valor previsto deve começar a valer para pagamentos de fevereiro do próximo ano (Foto: Marcello Casal Jr, Agência Brasil)

A expectativa, contudo, é que o decreto seja publicado ainda neste ano, até 31 de dezembro. Entre 2020 e 2022, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a correção do salário mínimo foi somente pela inflação, sem aumento real. Já em 2023 um pequeno aumento acima da inflação foi previsto.

Pacote de corte de gastos “encolheu” salário mínimo

A previsão de aumento do salário mínimo considera a nova fórmula aprovada como parte do pacote de corte de gastos. Com essa fórmula, a correção deve considerar a inflação do INPC calculada em 12 meses até novembro (4,84%) e o crescimento do PIB de dois anos atrás (3,2%).

Porém, um teto de 2,5%, em vez dos 3,2% da regra anterior, passa a valer. Com isso, o reajuste no salário mínimo será menor do que foi previsto antes da aprovação do corte de gastos.

Interlocutores do governo apontam que o salário mínimo deve subir, com a nova regra, para R$ 1.517, sendo arredondado para R$ 1.518. Porém, se fosse mantido o critério anterior, sem o teto de 2,5%, o salário mínimo subiria para R$ 1.528. Assim, o teto de gastos provocará uma perda de R$ 10 ao mês em relação a estimativa anterior.

Como o salário mínimo é usado de referência no país para corrigir aposentadorias e benefícios previdenciários, o governo prevê uma economia de cerca R$ 4 bilhões em 2025 com a mudança de regra.

Cálculos do governo apontam que a cada R$ 1 de aumento do mínimo há um aumento de despesa de aproximadamente R$ 392 milhões. Com a nova regra do salário mínimo, o crescimento do valor deve ser menor também nos próximos anos.

Assim, aposentados, pensionistas e beneficiados por programas sociais, como o BPC, que não podem receber menos do que o mínimo, deixarão de receber R$ 110 bilhões até 2030. O valor equivale a um terço da expectativa total de economia de dinheiro público no período: R$ 327,1 bilhões.

Referência para trabalhadores, aposentados e beneficiários

Segundo nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil.

Entre a população diretamente impactada por suas variações estão os trabalhadores que recebem, por contrato, um salário mínimo ou múltiplos dele, além de aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao valor.

Ainda, o indicador influencia na economia, com aumento do “salário médio” dos brasileiros e elevação do poder de compra do trabalhador.

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