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Terras indígenas do Acre são essenciais para regime de chuvas do país, diz estudo

Por Everton Damasceno, ContilNet

Um estudo produzido por cientistas da da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) chegou a conclusão de que as terras indígenas da Amazônia, incluindo as do Acre, são essenciais para regime de chuvas do país.

A pesquisa foi divulgada em reportagem da Revista Veja. Indiretamente, a região que engloba as terras indígenas da Amazônia é responsável por 80% do abastecimento de água nas regiões do agronegócio, acrescentam os pesquisadores.

Comunidade indígena isolada no Acre/Foto: Gleilson Miranda/Secom

Os cientistas também defendem que manter essa faixa de mata nativa longe da devastação e do interesse dos mais variados setores da economia é necessário para o regime de chuvas.

“O desmatamento e a degradação das florestas causam redução nas precipitações e coloca em risco a produção”, explica o hidrologista e autor do estudo Caio Matto, da UFSC.

Os pesquisados utilizaram o cruzamento de dados provenientes do MapBiomas, IBGE e Funai para produzirem o estudo.

“De acordo com os resultados, 18 estados e o Distrito Federal encontram-se parcialmente ou totalmente em área de influência das terras indígenas amazônica. Por exemplo, estados como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre e Paraná, há regiões onde a chuva proveniente da reciclagem de água feita pelas matas indígenas chega a um terço do total anual. Em um ano em que o marco temporal voltou a ser discutido, ameaçando os direitos indígenas e a proteção dessas áreas, o estudo colabora para mostrar o que pode acontecer caso caiam a proteção dessas áreas”, diz uma trecho da reportagem da Veja.

“A Amazônia irriga quase todo o país através dos chamados rios voadores, nome dado a umidade formada na atmosfera que é exalada pelas árvores das terras indígenas amazônicas. A umidade pega carona nas nuvens para outras regiões, como o Centro-Oeste e o Sul, provocando chuvas”, finaliza.

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