‘Toda a família simplesmente desapareceu’: a dor dos parentes das vítimas do acidente aéreo na Coreia do Sul

Maeng Gi-su, de 78 anos, diz que três membros de sua família estavam no voo Boeing 737-800, operado pela companhia aérea Jeju Air, que caiu e deixou 179 mortos

O governo da Coreia do Sul declarou um período de luto nacional para o país nos próximos sete dias, depois do acidente aéreo que matou 179 pessoas neste domingo, 29.

Duas pessoas – ambos membros da tripulação de voo – sobreviveram ao que pode ser o pior acidente aéreo do país.

As bandeiras nos escritórios do governo serão baixadas e os funcionários públicos usarão fitas pretas.

Maeng Gi-su, de 78 anos, diz que três membros de sua família estavam no voo Boeing 737-800, operado pela companhia aérea Jeju Air, que caiu e deixou 179 mortos/Foto: Reprodução

Centenas de famílias aguardam a identificação dos corpos. Alguns ficaram tão feridos que seu gênero ainda é desconhecido.

Estas pessoas perderam maridos, esposas, filhos e netos – muitos perderam vários membros da família. A maioria estava voltando de um natal passado na Tailândia.

Maeng Gi-su, 78 anos, disse à BBC que seu sobrinho e os dois filhos do sobrinho estavam no voo.

Ele disse que eles foram comemorar o fato de o mais novo ter feito o exame de admissão na faculdade. O pai os havia levado como um presente. “Não consigo acreditar que a família inteira simplesmente desapareceu. Meu coração dói muito”, diz ele.

Dezenas de tendas de emergência foram montadas no saguão de embarque do aeroporto e famílias enlutadas estão se abrigando lá dentro.

Imagem de tendas de emergência amarelas, montadas em aeroporto para abrigar famílias de vítimas de acidente aéreo
Legenda da foto,Dezenas de tendas de emergência foram montadas no saguão de embarque do aeroporto e famílias enlutadas estão se abrigando lá dentro.

A prima de uma passageira tailandesa, Jongluk Doungmanee, de 49 anos, que estava a bordo do voo fatal da Jeju Air, diz que está “triste” e “chocada”.

Pornphichaya Chalermsin, do distrito de Nong Wua So, em Udon Thani, diz que sua prima Jongluk é mãe de duas crianças, de 7 e 15 anos, e que mora na Coreia do Sul há cinco anos, trabalhando na agricultura com seu marido coreano, com quem se casou há três anos.

Em uma entrevista à BBC Thai, ela disse que “só tinha visto notícias desse tipo em outros países e nunca pensou que envolveria tailandeses”, acrescentando que “assistir ao vídeo me deixou ainda mais angustiada”.

“Fiquei chocada, tive arrepios. Não conseguia acreditar… quando a notícia dizia que uma das vítimas era de Udon Thani, fiquei ainda mais surpresa.”

Antes de embarcar no voo 7C2216 da Jeju Air, Joungluk havia passado mais de duas semanas na Tailândia visitando a família e viajando em Chiang Mai com o marido. Seu marido já havia retornado à Coreia do Sul antes de sua partida.

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