Um tumulto enorme em uma partida de futebol deixou dezenas de mortos na República da Guiné, no continente africano.
A tragédia aconteceu no estádio de Nzérékoré, uma das maiores cidades da Guiné.
De acordo com as autoridades, 56 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas após uma confusão na final de um campeonato local. Testemunhas disseram que pedras foram atiradas no campo depois da marcação de um pênalti no fim da partida. A polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.
Vídeos mostram centenas de pessoas amontoadas. No desespero, torcedores pulam por cima dos outros.
Alguns tentam tirar as pessoas à força. As imagens mostram as saídas do estádio superlotadas e muita gente escala o muro para deixar o local.
No campo, as vítimas aparecem no chão, entre elas mulheres e crianças aguardam atendimento médico.
Em uma declaração à TV nacional, o ministro das Comunicações de Guiné prestou condolências às vítimas e anunciou que o governo fará uma investigação séria para identificar os responsáveis.
Pisoteamentos marcam episódios trágicos no futebol
O futebol tem um histórico de tragédias desse tipo.
Em 2022, 135 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um estádio em Malang, Indonésia. Torcedores foram esmagados e sufocados após uma confusão.
Em 2012, no Egito, 74 pessoas morreram e mais de 1000 ficaram feridas em um estádio de Porto Saíde.
Em 2001, 126 torcedores perderam a vida no estádio de Accra, na capital de Gana.
A maior tragédia no futebol ocorreu em 1964, em Lima, no Peru: 328 pessoas morreram em um amistoso entre o time da casa e a Argentina.
Na década de 1980, dois desastres na Europa mudaram a organização das partidas.
Em 1985, 39 pessoas morreram em Bruxelas, na Bélgica, em um confronto entre torcedores ingleses e italianos. Quatro anos depois, uma confusão fez 96 vítimas morreram em Sheffield, uma partida da Copa da Inglaterra.
Esses eventos trágicos levaram à implementação de novas medidas de segurança nos estádios britânicos. Aboliu as grades, assentos para todos os torcedores passaram a ser obrigatórios e o número de catracas aumentou para facilitar a entrada e saída de torcedores.
No Brasil, mais de 160 pessoas ficaram feridas na final do campeonato brasileiro de 2000. O estádio de São Januário estava superlotado e o alambrado cedeu.
Os estádios brasileiros passaram a cumprir novos protocolos a partir da construção das arenas para a Copa de 2014, com medidas de restrição do público e um número maior de profissionais de segurança nas partidas.
“A grande virada de chave é que, com arenas, o foco passou a ser no torcedor. Com a modernização dos estádios, que é um legado da Copa de 2014, sem dúvida nenhuma, contribuiu para a redução dessas tragédias”, diz André Mattos diretor jurídico da CBF.
Veja o vídeo: