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Ufac opta por processo seletivo próprio para medicina e mantém bônus regional

Por Anieli Amorim, ContilNet

A Universidade Federal do Acre (Ufac) anunciou nesta quarta-feira (4) que o curso de medicina será retirado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) a partir de 2025.

A decisão, tomada em reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consu), também confirmou a manutenção do bônus de inclusão regional de 15% nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para candidatos que concluíram o ensino médio no estado do Acre.

O Conselho aprovou a medida com 33 votos favoráveis e 10 abstenções, desconsiderando a recomendação do Ministério da Educação (MEC), que orientava a retirada do bônus do termo de adesão ao Sisu. O prazo para retificações termina em 6 de dezembro.

Campus da Universidade Federal do Acre (Ufac)/Foto: Reprodução

Novo modelo de seleção para o curso de medicina

A partir de 2025, o ingresso no curso de medicina da Ufac será realizado por meio de um processo seletivo próprio, que continuará utilizando as notas do Enem, mas fora do âmbito do Sisu. Segundo a universidade, essa medida visa garantir a aplicação do bônus de inclusão regional, que favorece estudantes locais.

Impacto do bônus nos cursos da Ufac

O bônus regional foi implementado em 2018 com o objetivo de ampliar a participação de estudantes acreanos em cursos de alta concorrência, como medicina. Dados apresentados na reunião do Consu mostram o impacto da política:

A universidade argumenta que a medida aumenta as chances de alunos locais competirem em pé de igualdade com estudantes de regiões com sistemas educacionais mais desenvolvidos.

Orientação do MEC e posicionamento do STF

O MEC enviou um ofício à Ufac determinando a exclusão do bônus do termo de adesão, com o aviso de que a bonificação seria desconsiderada caso mantida. O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de outubro deste ano, considerou o bônus inconstitucional por violar o princípio da igualdade, posicionamento contestado por setores acadêmicos e jurídicos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o bônus regional é uma política afirmativa proporcional e necessária para corrigir desigualdades regionais no acesso ao ensino superior. O procurador Lucas Dias destacou que a medida não reserva vagas, mas apenas oferece uma vantagem competitiva aos candidatos locais, preservando a ampla concorrência.

Precedentes e disputas judiciais

A bonificação já foi alvo de diversas ações judiciais. Casos semelhantes envolvendo outras universidades, como a Federal do Amazonas (Ufam), levaram à declaração de inconstitucionalidade de bônus com percentuais considerados desproporcionais. No entanto, o caso da Ufac segue sendo defendido como uma medida razoável.

A Ufac argumenta que o bônus reflete seu compromisso com a formação acadêmica e intelectual da população acreana. No entanto, a universidade também se prepara para uma possível batalha jurídica envolvendo o benefício e a decisão de retirar o curso de medicina do Sisu.

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