Alysson fala sobre assumir Prefeitura com eventual saída de Bocalom para disputar o governo

Alysson promete trabalho afinado com o titular e destaca que não haverá crises como no primeiro mandato passado com a ex-vice

Aos 49 anos, menos de uma semana após tomar posse do cargo de vice-prefeito da capital, o odontólogo Alysson Bestene Lins, filiado ao PP, assumiu a Prefeitura de Rio Branco de forma interina por um período de 15 dias, com as férias do prefeito Tião Bocalom (PL). Ex-vereador, sem jamais ter exercido um cargo no Executivo, o gestor em exercício não tem deixado as atividades da Prefeitura cair de ritmo administrativo.

Prefeito interino Alysson Bestene vive teste de Bocalom para o caso de vir a deixar a Prefeitura em 2026?. Foto: ContilNet

A mesma agenda de Bocalom, conhecido por acordar cedo e ser o último dos executivos municipais a ir dormir, está sendo mantida pelo vice. Ele admite que, caso o titular renuncie ao mandato em 2026, para concorrer às novas eleições está preparado para a eventualidade de vir assumir a posição, e afirma que, por ter nascido em meio a uma família tradicional de políticos, traz isso no sangue.

Na entrevista a seguir, Alysson também falou sobre o fato de seu Partido, o PP, ter sido preterido em cargos no primeiro escalão da Prefeitura , ao ponto de sua tia, Nabiha Bestene, não ter sido efetivada de volta na Secretaria Municipal de Educação, e de o Partido também ter sido preterido na disputa pela presidência da Câmara Municipal.

Alysson promete trabalho afinado com o titular e destaca que não haverá crises como no primeiro mandato passado com a ex-vice. Foto: ContilNet

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como o senhor está vivendo a experiência de ser prefeito interino menos de uma semana após ter se assumido como vice?

Alysson Bestene – Não me surpreende porque a política é assim mesmo. E me considero na política desde muito cedo pela minha história familiar. Estou na política desde que me entendo por gente Me recordo de campanhas políticas desde quando eu tinha os meus nove anos de idade. Mas, de campanha que participei efetivamente como candidato a cargo eletivo foi em 2008, quando fui eleito vereador;

Mas o senhor foi candidato a vereador em 2004, não foi?

Alysson Bestene – Sim, antes eu tive uma participação também de 2004, quando fui candidato a vereador. Tive 1.2000 votos na época, mas não fui eleito; Nosso partido não chegou a fazer variador naquele momento. Nas eleições seguintes a gente foi eleito para o mandato de 2008 a 2012. Em 2012 conheci Tião Bocalom, que se tornou um amigo que a gente considera desde esse período, dessa data, muito querido, que desde aquela época a gente já sonhava em conduzir a nosso capital, convergindo com muitas das ideias, dos propósitos, principalmente com os princípios que nós temos, princípios de família cristã, os princípios da seriedade com recursos públicos, honestidade, e principalmente de fazer da política. Um sacerdócio. Nós estamos aqui para servir, e servir àqueles que mais precisam, principalmente àqueles que estão na ponta e fazer com que as políticas públicas cheguem para a população e isso traga um resultado na vida das pessoas.

O que o senhor achou do primeiro mandato do prefeito Bocalom, uma administração da qual o senhor não participou?

Alysson Bestene – Não podemos dizer que foi uma administração qualquer, não é? Se assim tivesse sido, ele não teria sido reeleito; Em quatro anos, a gente observa que a administração de Bocalom já deu uma cara nova para a cidade. Lógico, a gente sabe que Rio Branco é uma cidade que implementa vários desafios todos os dias, em todos os pontos, mas o prefeito montou uma equipe no primeiro mandato, onde nos últimos dois anos, podemos dizer, trouxe bons resultados para a capital e a tendência é que nesses mais quatro anos, agora, com toda essa união, essas parcerias importantes, como foi durante a campanha. Penso que durante essa nova gestão não vai ser diferente no desenvolvimento de um projeto que melhore ainda mais a vida das pessoas aqui na nossa capital, principalmente do ponto de vista de infraestrutura, como é o caso dos viadutos, do mercado Elias Mansour e outras obras que vão marcar novos tempos na cidade.

O fato de o senhor assumir a Prefeitura como titular, na interinidade de prefeito em menos de uma semana de Governo já seria uma espécie de treinamento do prefeito titular para o senhor permanecer no caso dele vir a concorrer a outro mandato em 2026? O senhor está pronto para isso?

Alysson Bestene – O prefeito Tião Bocalom tem dito que foi eleito para ser prefeito. Mas tem dito também que, se necessário e for chamado para outra missão, ele, que não é de fugir de compromissos, pode abraçar essa ideia; O prefeito, desde o primeiro momento, como eu disse anteriormente, a gente já se conhece, desde 2012, nossa relação é de confiança, de irmandade, de fidelidade; Isso não mudou desde daquele momento para atualidade, quando estamos conduzindo o município de Rio Branco juntos. Eu entendo que fui eleito para o cargo de vice-prefeito e é assim que devo me comportar. O prefeito é o nosso líder, mas a gente tem, nessa relação de confiança e fidelidade. O prefeito tem me dado essa liberdade, inclusive agora nesse momento como inteirinho, ao me deixar que nós tomássemos as decisões necessárias, sem precisar consultá-lo.

Quanto tempo o prefeito ficará fora do mandato e da Capital?
Alysson Bestene – Pelo menos 15 dias, que é o recesso do prefeito, o qual, em 4 anos, atuou sem tirar férias. O atual recesso também envolve suas núpcias de 8 dias que ele mandou que fossem descontados de seu salário. E terá os 7 dias que ele vai tirar do recesso permitido por lei.

Vou repetir a pergunta: no caso de o prefeito vir a disputar um novo mandato, o senhor está pronto para assumir a prefeitura, a partir de 2026?
Alysson Bestene – Eu enxergo essa possibilidade da seguinte forma: temos a experiência que, ao longo da minha vida e também profissional, como gestor. Uma experiência que adquiri na gestão estadual, em pastas importantes do Governo estadual e por isso sou muito grato ao governador Gladson Cameli, que também me confiou pastas importantes – a última Secretária de Governo, que trata de todas as questões governamentais. Isso, lógico, nos traz uma experiência na gestão muito grande. Porém, a gente nunca faz nada sozinho. É importante a gente ter relações, buscar novos conhecimentos, buscar práticas.

O que mudaria em relação ao atual projeto da Prefeitura caso o senhor venha a ser o prefeito titular?
Alysson Bestene – É muito cedo para falarmos de toda essa conjuntura futura. Mas acho que pouca coisa seria alterada. A Prefeitura tem uma equipe que o prefeito tem montado, que é da confiança do prefeito escolheu como de sua confiança e também é da da minha confiança. Consequentemente, a gente tem que trabalhar unidos para trazer bons resultados.

Isso significa que aquela cena do passado de brigas entre o prefeito e a vice, como foi no primeiro mandato de Bocalom, não vai acontecer de novo?
Alyson Bestene – Não vai acontecer. O que a gente tem em comum, como a gente diz, são os princípios, os meus princípios se baseiam nos princípios do prefeito, que é o princípio de família, de cristão, e, acima de tudo, de cuidar das pessoas. Eu acho que estamos aqui para isso.

Alysson e Bocalom durante a posse/Foto: Reprodução

E essa fama de que o prefeito é turrão, muitas vezes até ríspido, grosso e ignorante, o senhor está pronto para conviver com isso, dá para conviver ou não?
Alyson Bestene – Eu não enxergo o prefeito dessa forma. Assim como colocam a ferro e fogo, posso dizer que o prefeito não é turrão; O enxergo como um prefeito que tem como princípio a seriedade com a coisa pública, de cobrar, de ser determinado, perseverante, para que as coisas aconteçam. É natural que você possa divergir de um ponto de vista ou outro em relação a buscar de pontos de vista de programas, mas que o objetivo final seja o mesmo para atender à população. O prefeito é uma pessoa muito dedicada, um homem que tem experiência na gestão porque foi prefeito do município de Acrelândia e prefeito quatro anos de Rio Branco. É um homem sério nas suas convicções e, acima de tudo, com os princípios que é atender e servir àqueles que mais precisam de atenção; E é isso que eu também me baseio, lógico, olhando para a modernização de uma cidade, olhando para a modernização das práticas, das práticas de gestão, e isso o prefeito vem gradativamente implementando também no município.

Politicamente falando, o prefeito vem sendo criticado por ter deixado o PP, o partido do vice-prefeito, de fora, por exemplo, da disputa da Câmara Municipal. Eu faço essa pergunta porque essas críticas são muito contundentes. Como é que o senhor se sente sendo filiado ao PP e vendo, por exemplo, o seu próprio partido perder espaço?

Altysson Bestene – Não é nada disso. O PP faz parte hoje da mesa diretora da Câmara. Nós temos um espaço importante, que é a 1ª Secretaria, como vereador Felipe Tchê, que é do PP. Isso foi consenso partidário nessa questão que envolveu todo o processo, é natural você ter divergências entre os pares. O que houve no final foi o consenso da maioria. A maioria dos partidos que compõem a nossa aliança durante o período da eleição e que nós, com o prefeitinho Bocalom, vamos construir para a base naquela casa legislativa. Então, é baseado nessa unidade que a gente quer construir, não somente como foi para a eleição da mesa de diretor, mas para construir a base. Para que nos dê uma governabilidade para aprovar os principais projetos para a população, que envolva os partidos da Aliança, Progressista, PL, União Brasil, Solidariedade, Podemos e PSDB.

E essa observação de que o fato de a secretária Nabila Bestene sua tia, não ter sido renomeada para o Secretário de Educação, apesar de ter feito, ao que parece, uma boa gestão, como é que o senhor recebe essas críticas de que a família Bestene nesse mandato, está perdendo espaço, apesar da sua presença com vice-prefeito?

Alysson Bestene – Bem, primeiro, com relação a, especificamente, à professora Nabiha, um excelente quadro profissional – e os resultados estão aí numa demonstração de que a educação melhorou no município de Rio Branco, o prefeito Bocalom deu dado toda confiança à a equipe que foi montada na educação através da professora Nabiha. Por isso, colheu os resultados importantes dos índices educacionais no município de Rio Branco. Porém, é natural uma conjuntura política, num novo mandato, que os cargos são prerrogativas do chefe do Executivo e, pensando em mais quatro anos, a gente vê de forma natural que ele escolha as pessoas que ele entende que vão dar sequência para melhorar cada vez mais o atendimento para as pessoas, e na educação não é diferente. A professora Nabiha me orgulha, não só na minha vida pessoal, por ser minha tia, como teve influência na minha vida profissional, vida política, por carregar o sobrenome Bestene, uma família que deixou um legado de desenvolvimento e bom trabalho por onde passou. É composta pelo vereador Felipe Thier, que é do meu partido. O vereador Felipe Thier, assim como um consenso que houve partidariamente, o vereador Felipe Thier compôs ali essa questão que envolveu todo o processo, é natural de você ter divergências entre os pares, mas o que houve no final foi o consenso da maioria, a maioria dos partidos que compõem a nossa aliança durante o período da eleição e que nós, o prefeitinho Bocalon, vamos construir para a base naquela casa legislativa. Então, é baseado nessa unidade que a gente quer construir, não somente como foi para a eleição da mesa de diretor, mas para construir a base. Para que nos dê uma governabilidade e aprender os principais projetos para a população, que envolva os partidos da Aliança, Progressista, PL, União Brasil, Solidariedade, Podemos e PSDB.

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