Justiça decreta prisão de homem que tentou estuprar mulher no Horto Florestal

Magistrado determinou a prisão do acusado após ele ter sido liberado em audiência de custódia

A justiça determinou a prisão preventiva de Guilherme Cruz, homem que tentou estuprar uma servidora pública no Horto Florestal no último sábado (11).

Ele afirmou ter sido molestado pelos policiais/ Foto: ContilNet

A determinação foi do juiz Clóvis de Souza Lodi, da Vara Estadual do Juiz das Garantias da Comarca de Rio Branco.

Na decisão, o magistrado alega que a prisão preventiva é cabível para garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei penal.

No presente caso, segundo o juiz nos autos, a gravidade concreta dos fatos, aliada à reincidência específica do investigado, configura a necessidade de sua prisão preventiva como medida de proteção à sociedade, porquanto as medidas cautelares diversas da prisão se mostram ineficazes ao custodiado.

Guilherme havia sido liberado após passar por audiência de custódia. Em razão da repercussão negativa do caso,  a promotora de justiça Nelma Araújo Melo de Siqueira, da 1⁠ª Promotoria Criminal de Rio Branco, ingressou com uma ação nesta segunda-feira (13) solicitando a prisão do acusado, o que foi acatado pelo magistrado.

“Ao reexaminar os elementos constantes nos autos, verifico que o exercício do juízo de retratação é a medida mais adequada ao caso em análise, considerando a gravidade concreta do fato, os antecedentes criminais do custodiado, sendo importante destacar que já foi condenado por crime da mesma natureza, o que demonstra a probabilidade de reiteração criminosa, sendo a decretação da prisão preventiva a única medida eficaz à garantia da ordem pública e da integridade física e psicológica da vítima. Nesse sentido, mister frisar que os fatos narrados indicam que o investigado agiu com extrema violência contra a vítima, deixando-a desacordada e com hematomas pelo rosto, após agredi-la fisicamente. Durante a luta corporal, utilizou a pochete da vítima para pressionar seu pescoço, evidenciando alto grau de periculosidade e risco concreto a vida da vítima. Essa conduta gera fundado receio de risco à ordem pública, considerando o impacto e a gravidade das circunstâncias, além de ter sido praticada em local público bastante frequentado por mulheres, crianças e jovens, na prática de exercício físico e famílias em momento de lazer”, destacou trecho da decisão de Clóvis.

Mais sobre o caso

A vítima afirmou que por volta das 9h20 da manhã, caminhava numa trilha do Horto Florestal na companhia de sua cachorrinha quando um homem de estatura alta, cerca de 1,70 metros, trajando uma calça moletom de cor vermelha e uma blusa de cor verde passou por ela e seguiu mexendo no celular, porém mais na frente. No local, que não havia movimentação de pessoas, o homem a parou e agarrou pelo pescoço com as duas mãos e passou a asfixiá-la.

A mulher diz ainda em seu depoimento, que Guilherme a jogou para dentro de uma área de mata e disse “cala a boca e não grita”, o que fez com que ela reagisse e iniciasse uma luta corporal com o rapaz. Na sequência, a vítima afirma ter desmaiado e quando retornou os sentidos, estava jogada dentro do igarapé e estava com sua “pochete” enrolada no pescoço com duas voltas. Ela afirmou lembrar do momento em que o autor retirou a pochete de sua cintura.

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A vítima garante que não viu mais o homem depois disso e que conseguiu sair do igarapé se segurando nas raízes do barranco do manancial. Assim que conseguiu sair da água, ela teria avistado um vigilante, para quem pediu ajuda e foi encaminhada ao Posto de Plantão da PM no Horto. Ela até então estava sem o celular e teve que acionar um parente para localizar o aparelho Iphone e que foi encontrado no Horto.

Ela foi levada para a Delegacia de Flagrantes e ao relatar os fatos informalmente, os policias entenderam que se tratava de uma tentativa de estupro. Os militares mostraram para a vítima uma fotografia de Guilherme que foi preso por eles e na mesma hora a declarante reconheceu, de imediato, como sendo o autor dos fatos, esclarecendo que o autor possui uma tatuagem no pescoço e ela não sabe dizer com precisão qual é o desenho, pois o contato com ele foi muito rápido.

A mulher reiterou que acredita que Guilherme tinha a intenção de estuprá-la, pois ele não pediu o aparelho celular da vítima em nenhum momento e que o acusado também não levou outros pertences dela (chave do carro, brincos, fone de ouvido).

A mulher estava com várias marcas de agressões no corpo que podem ser comprovadas por fotografias anexadas ao inquérito policial.

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