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Bolo com arsênio: mulher pode ter envenenado pai, marido e filho

Por NSC Total

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul avalia pedir a exumação do corpo do pai de Deise Moura dos Anjos, mulher presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas de uma mesma família na véspera de Natal.

Ela também é suspeita de envenenar o sogro, em setembro.

Deise Moura dos Anjos foi presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas de uma mesma família nas vésperas do último Natal/Foto: Redes sociais, Reprodução

José Lori da Silveira Moura morreu aos 67 anos, em Canoas, em 2020, por cirrose. A relação dele com a filha é descrita por uma amiga da família como boa, apesar de distante.

A polícia busca esclarecer outros casos de morte de pessoas próximas ao círculo familiar dela. Segundo os investigadores, há provas “robustas” de que ela tenha feito tentativas de homicídio em série.

Durante coletiva de imprensa, na sexta-feira (10), o delegado Marcos Veloso afirmou que Deise pesquisou e comprou arsênio muito antes da primeira morte por envenenamento no núcleo familiar. O comportamento de Deise também levantou suspeitas pela frieza.

— Ela é uma pessoa extremamente manipuladora. Uma pessoa extremamente calma, extremamente firme nas suas afirmações, extremamente convincente — afirmou ao g1 a delegada regional do Litoral Norte, Sabrina Deffente.

Outras supostas vítimas

Uma reportagem da RBS TV confirmou quais são as outras pessoas que a polícia suspeita que Deise tenha envenenado: o próprio marido de Deise e o filho do casal. Os testes do Instituto Geral de Perícias (IGP) devem ser feitos nos próximos dias.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, Rafael Lanaro, ouvido pelo GZH, a ingestão de arsênio em pequenas quantidades não causa o óbito, mas complicações do quadro de saúde.

— A gente observa primeiramente náuseas intensas, com vômitos incessantes. Ele é até conhecido na clínica como uma substância que provoca uma “toxíndrome de hiperemese”, ou seja, eles provocam vômitos profusos e incessantes. O outro sintoma é a diarreia — disse Lanaro.

Perícia analisa garrafa de água levada em visita ao hospital

O IGP revelou ainda que segue realizando testes em uma garrafa de água, levada por Deise para a sogra no hospital, em Torres, horas antes de ser presa, no domingo passado. Na ocasião, a acompanhante de Zeli disse que estranhou o lacre estar rompido e colocou fora o produto. O objetivo é ver se a água também havia sido envenenada.

Conforme a diretora do IGP, a garrafa teve o líquido descartado e foi lavada, o que reduz a precisão dos testes, mas não anula a possibilidade de identificação.

Quem é a suspeita

Deise é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Uma perícia feita no celular de Deise constatou que ela pesquisou pela internet em lojas virtuais, em 18 de novembro, por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Termos parecidos, relacionados a “arsênio”, foram pesquisados por ela por cerca de 100 vezes.

Em nota ao g1, a defesa da suspeita alegou que não teve acesso ao inquérito e que a família colabora desde o início com as investigações. “Cumpre salientar, que as prisões temporárias possuem caráter investigativo, de coleta de provas, logo ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso, os quais não foram definidos ou esclarecidos no inquérito”, diz o comunicado dos advogados.

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