Claudia Leitte iniciou 2025 no centro de uma grande polêmica. Ao alterar a letra da música “Caranguejo”, substituindo “saudando a rainha Iemanjá” por “eu canto meu rei Yeshua”, a artista gerou um intenso debate sobre intolerância religiosa. A mudança provocou denúncias ao Ministério Público, protestos de figuras públicas e até culminou no bloqueio de Ivete Sangalo nas redes sociais. Em entrevista ao jornalista Lucas Pasin, Claudia refletiu sobre sua decisão de não se manifestar sobre o episódio.
A situação reacendeu uma velha rivalidade entre Ivete e Claudia, alimentada por fãs. O bloqueio nas redes sociais veio como uma resposta às falas de Ivete após a troca da letra da música, falas estas que foram subentendidas como críticas à loira, o que gerou uma tensão ainda maior entre as duas.
Embora o empresário da cantora tenha confirmado a decisão de “dar block” em Ivete, Claudia preferiu não alimentar discussões. “Nunca falei da vida de ninguém esses anos todos. Não quero falar nada da vida de ninguém, não. Está tudo certo como está. Todo mundo fazendo música, produzindo e trabalhando. Não quero falar de ninguém”, afirmou.
Silêncio nas redes após polêmica
A cantora compartilhou que os anos de carreira e de internet a fizeram amadurecer sobre o que compartilhar ou não: “Tenho uma carreira de um pouco mais de 20 anos e me considero ‘paleozoica’ na internet. Amadureci num sistema que estava em mutação. Manifestei emoções, era uma menina. Mas tive tempo para amadurecer e, hoje, faço escolhas muito conscientes [sobre o que se manifestar nas redes]”, disse, acrescentando que faz consultas psiquiátricas há anos para manter a saúde mental em dia.
Questionada sobre sua postura diante de polêmicas, quando preferiu não se manifestar, Claudia destacou que não se trata de ser discreta, mas sim de estar consciente de suas escolhas: “Não é questão de discrição, é de consciência mesmo. Se eu sair da minha identidade, do meu foco, vou acabar me perdendo. E já me perdi algumas vezes ao longo desses anos de carreira. Na vida, todos temos tempestades. Quem está vivo está sempre lidando com algo. É importante descobrir quem você é, focar nisso, e seguir fazendo, mesmo que haja percalços e tumulto.”
Axé
O caso ganhou ainda mais repercussão devido à reação de figuras políticas contra a cantora. Um dos principais pronunciamentos veio de Pedro Tourinho, Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, que defendeu que o axé é, além de um gênero musical, uma forma de homenagem aos cultos de matriz africana.
Questionada sobre o que o axé significava para ela, Claudia afirmou: “É tanta coisa. É vida. Quando eu canto a música da minha terra, me sinto honrada. Isso transborda quando estou em cima do palco, do trio, de qualquer lugar do planeta. Axé Music é liberdade. E, em termos de sonoridade, o axé é a mistura. É a mistura mais pura. Um presente para mim. Amo axé, minha terra e minha música.”