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‘Contraí HPV na mão ao encostar em um objeto infectado na academia’

Por Marie Claire

A estudante de medicina Victoria Pinese Sartorelli, de 24 anos, viralizou no TikTok ao mostrar uma lesão na mão, resultado da infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). O quadro causou dúvidas porque o agente viral é associado única e exclusivamente às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

“Foi no meio de 2024 que eu comecei a sentir como se fosse um carocinho no dedo da mão. No começo achei que fosse um calo porque era uma lesão mais grosseira, áspera”, explica. Sartorelli chegou a essa conclusão porque vai à academia com frequência.

Só que a lesão começou a crescer, ainda que lentamente, até que se formou uma verruga no local cerca de dois a três meses após o aparecimento dela.

“Perguntei para a minha professora da faculdade, que é dermatologista, o que era aquilo no meu dedo e como iria tratar. Ela me explicou que era uma verruga por HPV”, contextualiza. A especialista ainda explicou à jovem que é uma lesão bastante comum e amplamente contagiosa.

A estudante de medicina Victoria Pinese Sartorelli, de 24 anos, curou a lesão com a aplicação de ácido salicílico em casa — Foto: Arquivo pessoal

Refletindo sobre onde poderia ter sido contaminada pelo HPV, Sartorelli explica que a academia é o local mais propenso a isso. É um dos ambientes que a estudante de medicina mais frequenta, em que ela está sempre tocando em algo para realizar os exercícios físicos.

O contato com possíveis aparelhos contaminados, enquanto suas mãos têm micro lesões (que são como porta de entrada para o vírus), contextualiza o porquê da moradora de São José do Rio Preto (SP) apresentar a verruga causada pelo HPV.

O tratamento da lesão foi por meio da aplicação do ácido salicílico, três vezes por dia. “A pele foi amolecendo, até que ela descascou e o grosseiro saiu do meu dedo”, relata a estudante de medicina.

Verruga palmar: o que se sabe sobre a lesão causada pelo HPV

A dermatologista Melissa Maeda, do Hospital Nove de Julho, explica que a verruga palmar nada mais é do que uma lesão causada pelo HPV, normalmente localizada na palma da mão.

“Ela pode ser transmitida por contato direto com pessoas contaminadas ou por exposição a piscinas, praias e objetos contaminados”, completa a especialista.

A verruga palmar tem características específicas, como ser uma lesão mais elevada, áspera e da cor da pele da pessoa. Seu tamanho pode variar de um a dez milímetros. A pessoa pode ter apenas uma ou várias.

“O tratamento das verrugas palmares pode ser clínico/domiciliar e, neste caso, pode-se usar produtos (ceratolíticos) que devem ser aplicados sobre a lesão. A intervenção pode ser em âmbito hospitalar com: eletrocoagulação, desbastamento, cauterização química e criocirurgia”, exemplifica Maeda.

Caso a lesão não seja tratada, ela pode evoluir, causando dor/desconforto local, por exemplo. Por se tratar de uma condição gerada por um vírus, a propagação é rápida. Logo, as verrugas podem aparecer em outras partes do corpo ou contaminar terceiros. Em casos extremos, elas podem se tornar malignas, ou seja, um câncer.

Vale lembrar que o HPV responsável pela verruga palmar é diferente do vírus associado a IST e Maeda esclarece esse ponto:

“HPV é uma grande família de vírus com 150 subtipos que provocam lesões diferentes. Aproximadamente 40 deles estão relacionados ao aparecimento de verrugas anogenitais e, entre eles, 12 podem evoluir para o câncer de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. Portanto, ter uma verruga palmar não significa que houve contágio sexual nem que haja infecção por um dos subtipos de HPV que trazem o risco de câncer”.

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