Dólar tem 7ª queda seguida e fecha em R$ 5,86, às vésperas da ‘Superquarta’; Ibovespa recua

A moeda norte-americana encerrou em queda de 0,73%, cotada a R$ 5,8690. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira teve um recuo de 0,65%, aos 124.056 pontos

O dólar completou uma semana de queda nesta terça-feira (28) e renovou o menor patamar desde novembro, a R$ 5,86. Investidores seguem em compasso de espera pela “Superquarta”, como são chamadas as quartas-feiras em que ocorrem, simultaneamente, reuniões nos comitês de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) deve elevar a Selic, taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, levando-a ao patamar de 13,25% ao ano. O mercado espera essa e novas altas nos próximos meses por conta da aceleração da inflação no país.

— Foto: Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo

Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros inalteradas, deixando-as no patamar entre 4,25% e 4,50% ao ano. A expectativa dos investidores é que o Fed aguarde novos sinais da economia e os próximos passos do presidente Donald Trump para tomar decisões que voltem a mexer com as taxas.

As atenções também devem ficar voltadas para o comunicado que os dois bancos centrais devem emitir após a conclusão de suas respectivas reuniões. Isso porque os documentos podem trazer novos sinais sobre quais devem ser os próximos passos na condução de juros.

Além do cenário econômico aqui e lá fora, investidores também monitoram a divulgação dos resultados financeiros de grandes empresas americanas. Nesta terça, nomes como Boeing, GM e Starbucks divulgam seus números referentes ao último trimestre de 2024. Esses resultados trazem pistas sobre como anda a saúde financeira das empresas e da economia do país.

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar recuou 0,73%, cotado a R$ 5,8690 e renovando o menor patamar desde novembro. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,8565. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,83% na semana;
  • recuo de 5,03% no mês e no ano.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,10%, cotada a R$ 5,9122.

Ibovespa

Já o Ibovespa teve um recuo de 0,65%, aos 124.056 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 1,31% na semana;
  • ganho de 3,14% no mês e no ano.

Na véspera, o índice fechou em alta de 1,97%, aos 124.862 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

Investidores seguem na expectativa por novos anúncios de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Ambas as decisões estão previstas para quarta-feira (29) e podem mexer com os mercados.

Por aqui, a expectativa dos economistas é que o Copom faça um aumento de 1 ponto percentual na Selic, que pode chegar ao patamar de 13,25% ao ano. O colegiado também já havia sinalizado uma nova alta da taxa básica em março, o que levaria os juros a 14,25% ao ano.

Com isso, há, também, grande expectativa pelo comunicado do comitê após a reunião. O documento costuma trazer sinalizações sobre quais serão os próximos passos do BC em relação aos juros e o que está no radar dos dirigentes.

Juros maiores no país elevam a rentabilidade dos títulos públicos e tendem a atrair mais investidores, o que pode gerar mais entrada de dólar no Brasil e reduzir a pressão sobre o real.

O Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país, mostram que o mercado prevê a taxa Selic a 15% ao ano até o fim de 2025.

Os juros altos são esperados porque o Brasil vive um período de alta na inflação, com o mercado esperando maior pressão sobre os preços neste ano. Na edição desta semana do Boletim Focus, as projeções para a inflação saltaram de 5,08% para 5,50%. A meta de inflação para 2025 é de 3,0% e será considerada cumprida se permanecer em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.

Já nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha suas taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano, à espera de novos indicadores econômicos que mostrem como anda a economia do país.

A chegada de Donald Trump ao poder pode gerar uma maior pressão inflacionária, caso o presidente cumpra suas promessas de aumentar as tarifas de produtos importados. Isso aumentaria os preços para os consumidores americanos e pressionaria o Fed por uma política monetária mais firme, com juros altos para conter o avanço dos preços.

Os próximos dias também contam com a divulgação de novos dados de emprego no Brasil e nos EUA, números da atividade econômica nos EUA e na Europa e decisão sobre juros na zona do euro.

Além da agenda econômica, a semana é marcada por vários balanços financeiros corporativos.

Nas últimas semanas, grandes nomes já reportaram seus resultados. Destaque para os grandes bancos, que apresentaram números “bastante positivos indicativos da força que o setor financeiro deve apresentar ao longo de 2025”, segundo Paulo Gitz, estrategista global da XP, e Maria Irene Jordão, analista global da XP.

Nesta terça, a General Motors reportou uma receita de US$ 47,7 bilhões no último trimestre, 3,71% a mais do que as estimativas, de US$ 44,98 bilhões. Ainda hoje, o mercado aguarda os números da Boeing e da Starbucks.

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