Estudo alerta que estrada de Pucallpa pode beneficiar crime organizado e desmatamento no Acre

As rodovias poderão facilitar o crescimento de economias ilegais

Um estudo realizado pela Fundação para a Conservação e Desenvolvimento Sustentável (FCDS), revela que pelo menos cinco projetos rodoviários, como por exemplo, a estrada de Pucallpa, que liga o Peru à Cruzeiro do Sul, no Acre, planejadas para fortalecer o comércio entre países, também poderiam gerar conexões com 13 áreas de cultivo da folha da coca, além disso oito bacias também estão nas rotas dos projetos.

Estudo aponta rotas para construção da estrada e seus efeitos/ Foto: Reprodução/CSF

Dados da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Vida sem Drogas (Devida) apontam que o cultivo de folhas de coca para fins ilícitos aumentou 76% entre 2018 e 2022, totalizando 95.008 hectares. Metade do crescimento ocorreu entre os departamentos de Loreto e Ucayali, onde serão executados os projetos.

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Projeto prevê que a estrada cortaria a Serra do Divisor/Foto: Reprodução

As rodovias poderão facilitar o crescimento de economias ilegais, e ainda, poderiam ser utilizadas por organizações criminosas transnacionais, como o Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho e os dissidentes das FARC.

Em Pucallpa-Cruzeiro do Sul existiria uma rota de abastecimento, o que deve fazer com que o Comando Vermelho marque presença no local, beneficiando-se logisticamente.

O estudo apontou, também, que entre os efeitos causados pela instalação das novas rotas estão a instalação desordenada de assentamentos humanos, o desmatamento para instalação de atividades econômicas e o uso logístico de infraestrutura por criminosos.

A rodovia, que cortaria a Serra Nacional do Divisior, é um projeto do governo de Jair Bolsonaro e do governo regional de Ucayali, tendo como principais influenciadores e entusiastas o senador Marcio Bittar (UB) e a ex-deputada federal Mara Rocha.

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