Filha de cozinheira vende rifa para realizar o sonho de ser campeã de Jiu Jitsu; saiba como ajudar

Quem quiser ajudar a campeã, basta ir ao restaurante Chácara Brasil, cuja cozinha regional é uma das mais famosas da capital

Aos 17 anos de idade mas com aparência de bem menos e traços de criança, Joyce Alves, que não conheceu o pai, o qual morreu antes de ela completar um ano, e que é criada por sua mãe – uma cozinheira de um dos restaurantes da cidade – na companhia de sete irmãos (eram dez, mas três morreram próximos à adolescência), quando põe o kimono de lutadora de jiu jitsu, parece transformar-se e abandona os traços e a fragilidade infantis. Quem sobe ao tatame agora é uma menina segura de si, forte, com vontade de vencer.

Joyce tem 17 anos e sonha em ser campeã no estado vizinho/Foto: Reprodução

É assim que ela se autodescreve e foi assim, com essa força de vontade, que ela conseguiu vencer uma adversária da mesma idade e de seu peso, com 50 quilos cravados, cujo nome ela nem lembra, num torneio realizado em Rio Branco. 

Só sabe que a mocinha, como ela, era também boa de luta e natural de Porto Velho, em Rondônia. Lembra também que ela venceu a luta e sagrou-se campeã. O campeonato foi realizado em Rio Branco, no mês passado, e agora, nos próximos dias, é tempo de ela voltar a enfrentar a adversária – ou outra que for apontada pela organização do campeonato, na cidade dela. Quando fala da viagem, seus olhinhos brilham e ela não nega que está determinada a vencer também lá em Rondônia. 

Embora a viagem seja curta, pequena, de curta distância, de pouco mais de 500 quilômetros, mas, para uma mocinha de sua idade, que tem que viajar acompanhada de um adulto, no caso sua mãe, as despesas dobram o valor. E dinheiro é exatamente o que uma atleta como ela, em começo de carreira, não tem. “Mas eu tenho sonho”, diz ela, com seus olhinhos brilhantes.

Estudante do ensino médio no Instituto de Educação Lourenço Filho em tempo integral, quando não está na escola, ela está treinando na Academia “Pequeno Samurai”, no bairro Apolônio Sales, perto da casa de sua família, para onde se desloca sempre a pé. “Não é difícil. Dureza foi para ganhar o meu kimono, que me foi dado pela academia graças a meu esforço”, revela.

A Academia é patrocinada pelo Sicredi, mas, no caso dela, que precisa deixar algum dinheiro em casa, quando estiver viajando, é necessário improvisar.

Ao todo, no passado, eram 11 irmãos – oito homens e três meninas. Com a morte de três dos irmãos mais velhos, ela é a líder dos irmãos. Sua irmã mais próxima, segundo ela mesma, tem 11 anos, enquanto ela tem 17. “Quero ser um exemplo para minha irmã. Para todos eles, irmãs e irmãos”, diz. “Quero dar uma vida melhor para minha mãe, que trabalha muito como cozinheira de restaurante”, acrescenta.

E para conseguir dinheiro para deixar aos irmãos quando estiver viajando, a pequena lutadora, mas grande sonhadora, precisou criar uma rifa no valor de R$ 10,00 para vender aos frequentadores do restaurante onde sua mãe trabalha como cozinheira, a Chácara Brasil, nos arredores de Rio Branco, no Ramal do Mutum, da empresária Solange Brasil, apoiadora da pequena campeã. “Eu estou conseguindo vender bem e vou conseguir. Só preciso de uma pequena ajuda”, diz a campeã.

Rifa foi criada para conseguir arrecadar o dinheiro/Foto: Reprodução

Quem quiser ajudar a campeã, basta ir ao restaurante Chácara Brasil, cuja cozinha regional é uma das mais famosas da capital, e entre um prato e outro e uma cerveja gelada, basta comprar o bilhete da rifa de Joyce Alves. Assim o leitor estará ajudando a uma menina manter vivo o seu sonho de ser campeã nesta luta marcial.

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