Danton Moura, filho do advogado e historiador acreano Sanderson Moura, usou suas redes sociais nesta semana para fazer um desabafo sobre a atual situação da União do Vegetal (UDV) no estado do Acre. Em sua publicação, ele afirma que a instituição, da qual revela ter feito parte desde a juventude e onde exerceu funções de liderança, teria sido tomada por dirigentes autoritários e intolerantes, que estariam perseguindo integrantes baseados em posicionamentos políticos e intelectuais.
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Ele publicou o desabafo em suas redes sociais/ Foto: Reprodução Instagram
Ele criticou a cúpula nacional da União do Vegetal, acusando-os de afastar membros. “A União do Vegetal, religião na qual cresci e me formei, onde fui secretário e líder do grupo de jovens, e onde construí amizades e convivi com minha família, infelizmente se perdeu sob a chefia dos atuais dirigentes nacionais. Aqueles que deveriam zelar pela essência e pelos valores da União do Vegetal se corromperam. Ególatras e ignorantes, alinhados ao obscurantismo, dedicaram-se nos últimos anos a perseguir qualquer um que ousasse se declarar humanista ou minimamente esclarecido”, relatou.
O estudante relatou, ainda, um dos episódios que mais teria o chocado, que seria o afastamento de seu próprio pai da UDV, segundo ele, por motivos completamente arbitrários.
“Como ápice desse absurdo, os Chefes Vândalos decidiram afastar meu pai por ser politicamente ativo e postar fotos lendo livros. Esse é o nível de barbárie a que chegamos. Infelizmente, quando chega a esse ponto, a religião deixa de ser um espaço para a evolução espiritual, tornando-se um jogo de poder para dominar, castrar, controlar e perseguir quem pensa de forma diferente”, contou.
Na publicação, Moura também faz uma grave acusação ao afirmar que alguns dos atuais líderes da UDV teriam incentivado e participado de atividades terroristas.
“O mais irônico é que são os mesmos que, ao afastarem membros que prezam pelo conhecimento e esclarecimento, incentivaram e se envolveram em atividades terroristas. Muitos, atualmente, são investigados judicialmente por financiar os ataques às instituições democráticas no dia 8 de janeiro, manipulando e iludindo pessoas a participarem de atos que resultaram em agressões a policiais e no vandalismo do patrimônio público”, afirmou.