A compra do material escolar para o início do ano impacta o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar, e que um em cada três compradores pretende parcelar para poder dar conta das despesas para o ano letivo de 2025. É o que revela pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro, uma instituição que se apresenta como quem busca compreender profundamente o indivíduo brasileiro, para que os números que apresentam tenham história e identidade.
O levantamento mostrou que as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024. Isso representou um aumento de 43,7% ao longo dos últimos quatro anos, e a tendência é que continue aumentando em 2025.
O estudo mostra que a maioria dos pais e responsáveis de estudantes, tanto da rede pública quanto da rede privada, disseram que comprará materiais escolares para o ano letivo de 2025: 90% daqueles com filhos em escolas públicas e 96% daqueles com filhos em estabelecimentos privados.
A maior parte das famílias precisará comprar materiais escolares solicitados pelas escolas (87%), seguido de uniformes (72%) e livros didáticos (71%).
Os pesquisadores estimam que os valores gastos com materiais escolares aumentaram ao longo dos últimos anos, passando de um montante nacional de R$ 34,3 bilhões em 2021 para os atuais R$ 49,3 bilhões.
“É um gasto que vem crescendo e vem aumentando também o seu peso no orçamento das famílias com filhos”, destaca o diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva, João Paulo Cunha.
Cunha ressalta que esse impacto ocorre tanto para famílias com filhos em escolas públicas quanto nas privadas. “Muita gente acha que pais que têm filhos em escolas públicas, por, teoricamente, ganharem o uniforme e o material, não têm nenhum gasto. Mas a realidade é muito diferente. Praticamente todos os pais que têm filhos em escolas públicas acabam tendo que, pelo menos, complementar parte do material escolar, parte do uniforme, e acabam também tendo um peso no orçamento doméstico por conta disso.”
A estimativa é que a maior parte dos gastos se concentre na classe B, com R$ 20,3 bilhões, e na classe C, com R$ 17,3 bilhões. Juntas, elas são responsáveis por 76% dos gastos nacionais. A Região Sudeste concentra a maior porcentagem dos gastos, com 46%, seguida pelo Nordeste, com 28%. O menor percentual está na Região Norte, com 5%.