O turismo no estado do Acre vem ganhando destaque ao redor do Brasil e do mundo, principalmente relacionado à aspectos naturais e culturais de nossa região, como observação de aves amazônicas, ecologia local, assim como questões religiosas e também devido ao etnoturismo. Segundo dados da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), o setor movimenta mais de 50 segmentos diferentes.
De acordo com o guia turístico, Tássio Fúria, que também divulga o estado nas suas redes sociais e atua tanto na capital do estado como no interior, o estado mescla tradições locais, ecologia diferenciada e uma parte importante da história do país.
Tássio tem 36 anos e trabalha com turismo. Ele fala sobre a necessidade dos próprios acreanos verem o seu espaço como um local que é alvo de visitação e que pode atrair turistas, o que vai ajudar a desmistificar a vinda ao estado.
“Quando alguém diz que vai visitar o Acre, a família já se preocupa e enche a pessoa de recomendações, principalmente quanto a floresta, com as comidas e também doenças. Então quem finalmente vem ao Acre para tirar suas próprias conclusões e aparece no meu caminho, eu encaro como uma missão, pra fazer a pessoa sair daqui com a melhor impressão possível”, explica.
Ele ressalta que o estado é uma opção economicamente acessível para estrangeiros que buscam fazer turismo dentro do Brasil, oferecendo também experiências únicas graças às suas características regionais.
O guia conta que entre os turistas de fora do país, os mais comuns são os ingleses, franceses, alemães e os norte-americanos. Ele comenta ainda que os viajantes do exterior vêm em busca dos espaços naturais, muitas vezes recorrendo a localidades mais ao interior do estado, assim como algumas terras indígenas.
“Eles tem o câmbio a seu favor com o euro e dólar, que valem mais que real, então muitas coisas saem mais baratas para eles. Quando vem experimentam muita coisa”, ressaltou.
Tássio conta que atua em torno de Rio Branco, em trilhas e outros passeios, mas também leva os viajantes a Xapuri e Epitaciolândia, assim como em algumas áreas do Juruá, em especial a comunidade indígena Puyanawa, localizada em Mâncio Lima.
De acordo com o guia, o estado tem que se tornar mais acessível para pessoas do Brasil e dos países vizinhos, para que o turismo de fato vire uma grande potência em terras acreanas.
“O preço da passagem precisa se tornar mais acessível, a distância do sudeste em si não é um problema, mas a pessoa no RJ ou SP, por exemplo, pensa duas, três vezes entre gastar pra visitar o Acre, que ela tem curiosidade de conhecer mas é um destino pouco conhecido”, conta ele.
Tássio explica ainda que, por vezes, o custo para vir ao Acre é maior do que para outras capitais do norte do país, como Belém ou Manaus, assim como algumas viagens internacionais, que são destinos mais atrativos no imaginário popular.
Sobre as histórias curiosas vividas por ele junto aos turistas, ele revela um casamento ocorrido dentro de uma terra indígena. O noivo, filho de pai francês com mãe brasileira, a noiva, filipina, decidiram se casar em um local diferente ao redor do globo, escolhendo assim o estado do Acre.
“Eles se depararam com muita burocracia lá na França. Aí cansaram de atender tantas exigências e acabaram escolhendo um lugar aleatório pelo planeta para viajar e se casar e descobriram sobre a visitação nas aldeias e decidiram ir para lá se casar”, revela ele, contando que levou a dupla para conhecer alguns lugares que representam a cultura brasileira enquanto estavam na capital Rio Branco, incluindo um tradicional boteco brasileiro.