O prefeito reeleito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), foi o que menos gastou dinheiro para a captação de votos entre os que disputaram a eleição de 2024 nas 26 capitais do Brasil onde houve eleição municipal – Brasília, por ser capital do Distrito Federal, não elege prefeito.
Enquanto alguns candidatos chegaram a gastar até mais de R$ 1,2 mil por cada voto obtido, a campanha de Bocalom, em Rio Branco, gastou, pelo mesmo voto, a quantia de R$ 4,60, ficando na 163º colocação, a última colocada no levantamento.
O valor é resultado do cruzamento feito entre os gastos de campanha informados por cada um dos candidatos nas respectivas prestações de contas à Justiça Eleitoral e à votação final. O levantamento foi feito inicialmente pelo site de notícias Metrópoles, de Brasília.
O mesmo levantamento mostra que, entre eleitos e não eleitos, o maior gasto por voto nas capitais foi do empresário Eduardo Spadetto Ramlow (Avante), candidato a prefeito em Vitória (ES). A campanha dele custou, ao todo, R$ 954,5 mil, o que resultou em um gasto médio de R$ 1.214 por voto.
Ele disputou a primeira eleição da vida e terminou em sexto lugar na corrida pela prefeitura da capital do Espírito Santo, com 786 votos. O maior investidor da campanha foi ele mesmo, ao desembolsar R$ 747,6 mil. A direção nacional do Avante repassou R$ 190 mil.
Os maiores gastos do candidato foram com serviços prestados por terceiros (R$ 361,6 mil), atividades de militância e mobilização de rua (R$ 210,4 mil) e impulsionamento de conteúdos na internet (R$ 145 mil).
Em segundo lugar, aparece o senador Carlos Viana (Podemos), que foi candidato a prefeito em Belo Horizonte (MG). Ele informou uma despesa de campanha de mais de R$ 10 milhões, mas acabou não eleito, com 12.712 votos no primeiro turno. Isso significa que o gasto por voto foi de R$ 792,57.
Viana se candidatou pela primeira vez à prefeitura da capital mineira e ficou em sétimo lugar. Dos mais de R$ 10 milhões gastos, R$ 8 milhões foram repassados pela direção nacional do Podemos, enquanto o diretório estadual da sigla repassou R$ 2 milhões.
Os 57 primeiros colocados do ranking geral, entre os que mais gastaram por cada voto obtido nas capitais, são candidatos não eleitos. O primeiro da lista que conseguiu se eleger só aparece na 58ª posição. Trata-se de Abilio Brunini (PL), de 40 anos, prefeito eleito em Cuiabá (MT).
Ele venceu a disputa no segundo turno, com 53,8% dos votos válidos, o que representa em números absolutos 171.324 votos. Brunini informou um gasto de campanha de mais de R$ 11,6 milhões, ou seja, uma divisão final de R$ 68,13 por cada voto conquistado.
De todo o valor gasto pela campanha, R$ 8,7 milhões foram repassados pela direção nacional do Partido Liberal (PL), R$ 970,4 mil pela direção estadual da sigla e mais R$ 384,1 mil pelo diretório municipal.
Entre as maiores despesas da candidatura de Brunini, estão: despesas a especificar (R$ 3,6 milhões), serviços prestados por terceiros (R$ 1,3 milhão) e doações financeiras a outros candidatos e partidos (R$ 1,1 milhão).
Essa foi a segunda vez que Abílio disputou a prefeitura da capital mato-grossense. Em 2020, ele se candidatou ao cargo pela primeira vez, mas perdeu no segundo turno. Em 2022, elegeu-se deputado federal e deixará a vaga para o suplente, ao assumir, a partir de 1º de janeiro, a prefeitura cuiabana.
Além de Brunini, apenas outros seis eleitos aparecem entre os 100 primeiros candidatos com maior gasto por voto nas capitais. Em 61º, ficou o prefeito eleito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), cujo gasto final por voto foi de R$ 67,55.
Em seguida, aparecem: Paulinho Freire (União), de Natal (RN), em 86º lugar, com um gasto de R$ 45,67 por voto; Emília Corrêa (PL), de Aracaju (SE), em 90º, com um gasto de R$ 43,16; e Léo Barreto (Podemos), de Porto Velho (RO), em 93º, com um gasto de R$ 39,75.
Os demais, entre os 100 primeiros, são Fuad Noman (PSD), prefeito eleito de Belo Horizonte (MG), em 94º e cujo gasto por voto foi de R$ 39,06, e Lorenzo Pazolini (Republicanos), prefeito reeleito em Vitória (ES), em 100º, com um gasto final de R$ 36,20 por voto.
Dentre os eleitos nas capitais, 19 aparecem fora da lista dos 100 primeiros candidatos, cuja relação entre gasto de campanha e votação obtida rendeu os valores mais altos.
Confira abaixo a relação dos demais, com as respectivas colocações e valores por voto:
109º: Topázio (PSD), em Florianópolis (SC): R$ 31,75;
111º: Sandro Mabel (União), em Goiânia (GO): R$ 31,14;
116º: Eduardo Pimentel (PSD), em Curitiba (PR): R$ 29,77;
117º: Evandro Leitão (PT), em Fortaleza (CE): R$ 29,68;
21º: Adriane Lopes (PP), em Campo Grande (MS): R$ 27,34;
122º: Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre (RS): R$ 26,44;
128º: David Almeida (Avante), em Manaus (AM): R$ 23,91;
129º: Bruno Reis (União), em Salvador (BA): R$ 20,26;
130º: Cícero Lucena (PP), em João Pessoa (PB): R$ 20,03;
133º: JHC (PL), em Maceió (AL): R$ 19,34;
136º: Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo (SP): R$ 15,88;
138º: Arthur Henrique (MDB), em Boa Vista (RR): R$ 14,99;
141º: João Campos (PSB), em Recife (PE): R$ 13,28;
143º: Silvio Mendes (União), em Teresina (PI): R$ 12,27;
145º: Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro (RS): R$ 11,43;
148º: Eduardo Braide (PSD), em São Luís (MA): R$ 10,20;
159º: Dr. Furlan (MDB), em Macapá (AP): R$ 7,13;
160º: Igor Normando (MDB), em Belém (PA): R$ 6,98;
163º; Tião Bocalom (PL), Rio Branco (AC): R$ R$ 4,60