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Perícia constata que sogro de mulher presa por suspeita de envenenar bolo também ingeriu arsênio antes de morrer

Por Homem morreu por infecção intestinal em setembro de 2024 após consumir produtos levados pela nora durante uma visita

Paulo Luiz dos Anjos e Zeil dos Anjos em foto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

“Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso.”

Estas foram as palavras do ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica ao veículo local Búsqueda, em entrevista publicada na quinta-feira (9/1).

Mujica, de 89 anos, anunciou em abril que havia sido diagnosticado com um tumor no esôfago. Desde então, passou por inúmeras intervenções médicas.

Ao Búsqueda, ele contou que o câncer está se espalhando por todo o corpo e que decidiu não se submeter a mais tratamentos.

“O câncer no meu esôfago está colonizando meu fígado. Não consigo pará-lo com nada. Por quê? Porque sou um homem velho e porque tenho duas doenças crônicas”, disse Mujica.

“Não posso fazer nem um tratamento bioquímico nem uma cirurgia porque meu corpo não aguenta.”

O político aposentado, que continua sendo uma das figuras mais carismáticas do país e um dos líderes mais reconhecidos internacionalmente na região, afirmou: “O que eu peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas ou qualquer outra coisa”.

Isso encerra o extraordinário ciclo político pelo qual Mujica passou por mais de meio século, em várias etapas: de guerrilheiro Tupamaro a prisioneiro torturado, de legislador e ministro a presidente, de 2010 a 2015.

Foi durante esses anos que ele surpreendeu o mundo com seus discursos anticonsumistas e sua vida austera, que ele quis manter até seus últimos dias.

Na entrevista ao Búsqueda, ele disse que comprou um trator, no qual anda “um pouquinho” todos os dias, e que quer dedicar o tempo restante ao trabalho em sua fazenda, localizada nos arredores de Montevidéu.

No final de novembro, Mujica falou à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, quando refletiu sobre sua trajetória: “Apesar de tudo, fiquei anos preso, tudo aconteceu comigo, depois virei presidente. Então tenho que agradecer à vida”.

Paulo Luiz dos Anjossogro da mulher presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul, ingeriu arsênio antes de morrer, segundo apurou o jornal Zero Hora. Paulo morreu de infecção intestinal em setembro de 2024, após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora, Deise Moura dos Anjos.

Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) constataram o envenenamento de Paulo por arsênio depois que o corpo dele foi exumado, na quarta-feira (8).

Deise está presa por suspeita de ter usado a mesma substância para envenenar o bolo de Natal e ter matado três familiares (leia mais abaixo). A sogra dela, viúva de Paulo, é Zeli dos Anjos, que fez o bolo e segue hospitalizada.

O resultado do trabalho feito pela perícia no corpo de Paulo será anunciado por autoridades em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (10).

Paulo Luiz dos Anjos e Zeil dos Anjos em foto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

Paulo Luiz dos Anjos e Zeil dos Anjos em foto nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes sociais

Exumação solicitada após envenenamentos do Natal

O corpo de Paulo estava sepultado em Canoas, cidade onde ele morava com a esposa. A Polícia Civil pediu ao IGP a exumação do corpo porque suspeita que ele também tenha sido morto por envenenamento. Esta hipótese só foi levantada após o caso do bolo de Natal começar a ser investigado. O resultado da exumação pode confirmar isso.

Na época da morte de Paulo, Zeli também tinha passado mal. Dias antes, em agosto, Deise, junto do marido e do filho, foram visitar o casal. Na ocasião, eles levaram produtos de limpeza, flores, leite em pófarinha bananas.

IGP faz exumação do corpo do sogro da mulher suspeita de envenenar bolo que matou 3 pessoas no RS — Foto: RBS TV

Triplo homicídio e tripla tentativa de homicídio

O bolo envenenado que matou três pessoas no Natal foi feito por Zeli. Ela o levou para a festa de fim de ano familiar na cidade do Litoral do RS. A perícia do IGP constatou que a farinha usada para fazer o doce é que foi envenenada com arsênio. O veneno já havia sido encontrado no corpo das vítimas pelo hospital onde elas receberam atendimento.

Deise é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Uma perícia feita no celular de Deise constatou que ela pesquisou pela internet em lojas virtuais, em 18 de novembro, por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Termos parecidos, relacionados a “arsênio”, foram pesquisados por ela por cerca de 100 vezes.

Relembre o caso

Vítimas do caso do bolo em Torres — Foto: Reprodução/RBS TV

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa na cidade de Torres, durante um café da tarde em 23 de dezembro, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horasTatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital onde receberam atendimento. Neuza Denize Silva dos Anjos teve a morte divulgada como “choque pós-intoxicação alimentar”.

Segundo o delegado Veloso, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela.

Conforme a investigação policial, a relação entre nora e sogra era difícil desde o início da relação, que existia há cerca de 20 anos. No entanto, a motivação para o crime não está clara. A Polícia Civil não entra em detalhes a respeito de quem seria o alvo objetivo de Deise ao envenenar a farinha do bolo, quando fez isso e onde obteve o veneno.

Celulares de pessoas relacionadas com a família foram apreendidos para perícia. Entre eles, está o telefone do marido de Deise – filho de Zeli. Apesar disso, a polícia sinaliza que ele não é tratado como suspeito do crime.

IGP faz exumação do corpo do sogro da mulher suspeita de envenenar bolo que matou 3 pessoas no RS — Foto: Cristine Gallisa/RBS TV

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