A ameba Naegleria fowleri, conhecida como “ameba comedora de cérebro”, é um microrganismo que habita ambientes aquáticos, especialmente em águas quentes, como as encontradas em açudes, lagos, rios e fontes termais.
A infecção ocorre quando a água contaminada entra nas narinas, geralmente durante atividades aquáticas, como mergulho ou banhos. A ameba migra pelo nervo olfatório até o cérebro, onde causa uma grave inflamação conhecida como meningoencefalite amebiana primária (PAM).

Ameba Naegleria fowleri, responsável pela meningoencefalite amebiana primária, que habita águas quentes de açudes, lagos e rios/Foto: Kateryna Kon/Science Photo Library/Getty Images
Apesar de ser extremamente rara, a infecção por Naegleria fowleri apresenta uma taxa de letalidade de 97%. A doença é caracterizada por uma evolução rápida, com sintomas iniciais como dor de cabeça, febre, náusea e vômito.
Em estágios mais avançados, os sintomas podem incluir convulsões, alucinações, lesões no pescoço e coma. Após o início dos sinais, a progressão da doença é muito rápida, e a morte pode ocorrer em até uma semana.
Recentemente, em setembro de 2024, o Ceará registrou um caso fatal da infecção, quando uma criança de 1 ano e 3 meses faleceu em Caucaia, após ser contaminada, possivelmente, por um banho em água proveniente de um açude não tratado adequadamente.
A água da comunidade estava contaminada com a ameba, e o diagnóstico só foi confirmado após a realização de exames laboratoriais detalhados.
O caso serve como alerta para a população, especialmente em áreas que dependem de açudes e outros corpos d’água naturais para o abastecimento de água.
As autoridades locais reforçam a importância de tratamentos adequados da água, como cloração e filtragem, para prevenir a proliferação da ameba, além de orientações sobre a prevenção da infecção.