O governo municipal de Rio Branco realizou a compra de diversos mosquitos “Aedes do Bem”, cerca de 16.200 caixas de ovos do Aedes Dubain, totalizando um investimento de R$ 4,5 milhões, que consistem em mosquitos geneticamente modificados que vai prejudicar a reprodução dos bichos, assim como a proliferação das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti.

O mosquito Aedes aegypti é o principal transmissor de dengue, zika e chikungunya em regiões urbanas do Brasil — Foto: João Paulo Burini/Getty Images via BBC
Entretanto, não existem muitas pesquisas e acerca dos possíveis impactos causados por essa nova técnica de combate à dengue, para esclarecer algumas dúvidas, o ContilNet conversou com o doutor Ricardo Rocha, que estuda epidemiologias, em especial a dengue.
O pesquisador explica que o mosquito geneticamente modificado já foi utilizado em outros países e testado em mais localidades do Brasil.
“Alguns países já estão liberando e no Brasil já foi feito na Bahia e na cidade de São Paulo também”, revelou
O pesquisador ainda pontua que é preciso pensar no impacto dos mosquitos modificados relacionados aos outros métodos de combate à dengue, para que seja ponderado a sua efetividade frente às outras ações que vêm sendo tomadas para o controle da doença.
“Como está sendo avaliada essa metodologia de controle? Porque essa é só mais uma metodologia de controle ela é integrativa, então temos várias outras medidas de controle que tem um impacto, e ela vai interagir com essas já existentes. Qual o impacto de mais essa? Estamos realmente precisando disso? Será que não estamos falhando na execução de outras medidas?”, considerou.

O pesquisador afirma que ainda não é possível prever com exatidão certos impactos do mosquito modificado/Foto: Cedida
Sobre o possível impacto que a redução no número de mosquitos pode causar nas cadeias alimentares, o professor relata que este é um efeito colateral que ainda não pode ser calculado com, já que o uso dos animais modificados geneticamente é recente e devido a isso não existem levantamentos de dados aprofundada, mas que pesquisas já apontam para um impacto irrisório.
“O que vai acontecer no futuro é muito difícil de dizer. Existem pesquisas, acho que da Organização Mundial de Saúde, ou do CDC, que avaliou o impacto ambiental e falaram que tá tudo bem, que não tem problema. Mas o que que vai acontecer no futuro ninguém sabe. O quanto será que eles são dependente desses mosquitos?”, deixa o questionamento.