Juvenal: “População também é culpada pelas enxurradas que alagam ruas e destroem casas”

A verdadeira mudança não virá apenas de ações governamentais, mas sim da união entre poder público e sociedade

Nos últimos anos, as enchentes que assolam nossas cidades têm se tornado cada vez mais frequentes e devastadoras. Em meio a essa tragédia, é comum ouvirmos críticas contundentes ao poder público, responsabilizando-o pela falta de infraestrutura e pela ineficiência na gestão das águas pluviais. No entanto, é importante que nos perguntemos: até que ponto a população também é responsável por essa situação?

É inegável que a prefeitura deve desempenhar seu papel, investindo em soluções efetivas para a drenagem e a limpeza dos igarapés. No entanto, não podemos fechar os olhos para uma realidade alarmante: muitos dos mesmos cidadãos que se queixam das cheias são os que, descompromissadamente, jogam lixo nas ruas, entulhando bueiros e galerias. Pneus, geladeiras, estofados e uma infinidade de resíduos têm sido retirados dos rios e igarapés, revelando uma indiferença preocupante em relação ao meio ambiente e à saúde pública.

Prefeitura de Rio Branco na limpeza de igarapés

Essa contradição nos leva a refletir sobre a educação e a conscientização ambiental. É fundamental que cada um de nós assuma a responsabilidade de ensinar nossas crianças a valorizar o espaço público e a manter a cidade limpa. A educação ambiental deve ser uma prioridade nas escolas e em casa, promovendo valores de respeito e cuidado com o que nos cerca. Jogar um simples papel de bala no chão pode parecer inofensivo, mas, quando somado a milhares de outras ações semelhantes, resulta em um impacto devastador sobre a drenagem urbana.

A verdadeira mudança não virá apenas de ações governamentais, mas sim da união entre poder público e sociedade. Precisamos de uma população engajada, que não apenas cobre melhorias, mas que também adote comportamentos sustentáveis. A limpeza das ruas e igarapés deve ser uma responsabilidade coletiva, não uma tarefa exclusiva das prefeituras.

A conscientização é o primeiro passo para a transformação. Campanhas de educação ambiental, fiscalização rigorosa e a promoção de iniciativas que incentivem a preservação do meio ambiente são essenciais. Assim, ao invés de apenas criticar, devemos nos perguntar o que estamos fazendo para ajudar a mudar essa situação.

O combate às enchentes e à poluição é um problema complexo que exige ação conjunta. A população deve se engajar ativamente na proteção do meio ambiente, enquanto o poder público deve garantir a infraestrutura necessária para a gestão das águas. Somente assim poderemos enfrentar a crise das cheias de forma eficaz e construir um futuro mais sustentável para nossas cidades.

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