Deputado vai divulgar nomes e endereços de envolvidos na morte de Rubens Paiva que ainda estão vivos

Pelo menos dois militares dos cinco envolvidos continuam vivos, sem punição e recebendo aposentadorias do Exército “pelos bons serviços prestados” ao país

A vitória do cineasta Walter Sales no domingo à noite (2), ao receber a estatueta do Oscar 2025 como o diretor do melhor filme internacional com “Ainda Estou Aqui”, que conta a história de Eunice Paiva e sua família na resistência à ditadura militar após o sequestro e morte de seu marido, deputado federal Rubens Paiva, pela ditadura militar, em 1971, não só abriu antigas feridas relacionadas ao antigo regime como deve atingir, daqui por diante, os militares envolvidos e que continuam vivos e impunes.

Deputado vai divulgar nomes e endereços de envolvidos na morte de Rubens Paiva que ainda estão vivos. Foto: Reprodução

Após o fim do carnaval, deverá ser iniciada uma campanha que vai revelar, por exemplo, os nomes e os endereços dos militares envolvidos. Pelo menos foi o que anunciou o deputado federa André Janones (Avante-MG) nesta terça-feira (4) em sua rede social X (antigo Twitter), ao posar com uma camiseta questionando a proposta de Anistia seguida de um palavrão. Ele já disponibilizou no espaço os endereços e informações pessoais dos militares acusados.

De acordo com os dados divulgados pelo parlamentar, apenas dois dos cinco apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) como responsáveis pelo crime estão vivos. São eles: José Antônio Nogueira Belham e Raymundo Ronaldo Campos. O primeiro recebe um salário de R$ 35 mil; Já Ronaldo Campos teria falecido antes da divulgação do filme “Ainda Estou Aqui”.

Além dos dois citados, o MPF ainda denunciou Jacy Ochsendorf e Souza, Jurandyr Ochsendorf e Souza, e Rubens Paim Sampaio pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. O major Jacy Ochsendorf e Souza ganha um salário bruto de R$ 23.457,15. Os outros dois já faleceram.

Janones afirmou que a divulgação dos dados visa promover protestos pacíficos e pressionar pelo andamento do processo que busca punir os responsáveis. “Estou em busca do endereço residencial dos dois assassinos que mataram Rubens Paiva.  Ainda esta semana vou postar aqui para quem quiser ir lá protestar”, escreveu o parlamentar no X.

“O objetivo é uma manifestação pacífica como a dos estudantes semana passada. Com isso, além de expor os assassinos, pressionaremos a Justiça a acelerar o julgamento que pode fazê-los apodrecer na prisão”, garantiu o deputado mineiro.

PUBLICIDADE