Uma misteriosa onda de invasões a casas assolou a cidade de Ica, no Peru, na última semana. Os boletins de ocorrência indicam que, além do furto de itens, supostos “criminosos” ainda deixaram as residências completamente bagunçadas.

Um macaco-prego foi capturado no bairro de San Isidro, em Ica, no Peru, após invadir várias casas National Forestry and Wildlife Service. Foto: Reprodução
Após as autoridades locais investigarem mais a fundo os casos, eles descobriram que, na verdade, o responsável era nada menos do que um macaco-prego (Cebus apella).
Quando foi, por fim, localizado, os veterinários perceberam que os comportamentos do macaco eram típicos de um animal de estimação fugitivo. A ideia de que o primata não tinha vindo da natureza, mas, sim, de um lar em cativeiro surgiu dado que a espécie não é nativa do Peru. É encontrada, sobretudo, na Floresta Amazônica.
Operação de resgate
Conforme o site Upi, a suspeita das invasões terem sido cometidas por um animal foi levantada depois que notas de dinheiro foram avistadas em telhados e árvores. Acredita-se que, na busca por comida, o primata vagava de residência em residência, pendurado nos cabos de energia elétrica.
Em comunicado publicado na segunda-feira (10), o Serviço Nacional de Florestas e Vida Selvagem (SERFOR) do Peru afirma que o macaco foi resgatado em um esforço conjunto com profissionais do Zoológico de Ica. Em sequência, ele foi encaminhado justamente para esse santuário municipal, onde permanece em estado de quarentena, para a realização de exames de saúde.
Durante uma dessas avaliações do animal, percebeu-se marcas ao longo de sua cintura consistentes com amarras de cordas ou correntes. Isso sugere que, mais do que apenas uma vítima do tráfico e cárcere ilegal, o macaco pode ter enfrentado situações de maus-tratos por parte de seu tutor.
Segundo as autoridades, o macaco já está domesticado demais para ser solto na natureza, pois seus instintos foram reprimidos após tanto tempo em contato com os seres humanos. Não fica claro, porém, se ele permanecerá no Zoológico de Ica ou será transferido para um novo lar permanente em outro santuário do Peru.
O SERFOR destaca que a legislação local considera como infração gravíssima a caça, captura, posse, transporte e comércio ilegal de animais silvestres, sem autorização. A prática pode resultar em multas que podem variar entre 0,1 e 5.000 UIT (algo entre R$643 e R$ 32 mil). Os valores são maiores para espécies categorizadas como ameaçadas de extinção.