O café do Acre é um caso sério de autoestima cafeeira. Quem diria, né? A terra da macaxeira, do açaí e das piadas de localização geográfica agora está jogando na Champions League do café. É isso mesmo, meu povo: o café do Acre não só ganhou o coração do Brasil como também está posudo na Europa. Tá se achando o grão mais gourmet do setor.
E olha, com razão!
O produtor acreano, que antes vivia no cheirinho do boi, agora está de patrão com dois hectares de café. É o famoso “pouco com Deus é muito”.
Tudo começou com um grãozinho de audácia: o Acre brilhou em um concurso internacional em Minas Gerais e, de repente, virou a celebridade do mundo cafeeiro. A Secretaria de Agricultura entrou em cena, fez os contatos certos, e logo os barões do café europeu estavam com os olhos mais arregalados que xícaras de expresso duplo. Afinal, quem diria que o Acre, terra de seringueiros e histórias épicas, também daria um show com café de qualidade?
E lá em Turim, na Itália, a Lavazza, uma das cinco maiores empresas cafeeiras do mundo, colocou o Acre no radar. Através da Secretaria de Agricultura, estão selecionando os produtores com potencial e vão até a Itália – e não é só para tomar um expresso, é para fazer negócios!
Olha a ousadia!
A Lavazza, que fatura tanto que até o Jeff Bezos poderia ficar com uma pontinha de inveja (mais de 10 bilhões de reais, para ser exato), quer apresentar ao mundo o café mais sustentável do planeta, com um sabor e qualidade inigualáveis. E, claro, os críticos de plantão já começaram o show:
“Ah, mas o Acre não tem escala, não tem energia, não tem logística, não existe…” Pois bem, enquanto eles estão ocupados com o “blá blá blá”, o café acreano está a caminho da Itália, e, pelo visto, quem não existe mesmo são as desculpas deles.
A visão estratégica da Lavazza é clara: esse café não é para meros mortais como eu, que sofrem para fazer o salário durar até o fim do mês, brigam com a planilha do Excel e ainda colocam água no shampoo para ele render mais nos últimos dias. Esse café é para a elite europeia, os barões que acham que “crise” é o nome de um vinho francês e que só ouviram falar de pobreza em documentários premiados. Ele será servido em tardes elegantes de madames, em reuniões de negócios bilionários e em eventos com artistas e atletas que ganham mais com um post no Instagram do que eu em uma década. Escala? Escala é coisa de produto popular, e popular não combina com café que chega com sotaque italiano e aroma de exclusividade.
Quem tem liderado as tratativas é o secretário de agricultura do estado, Luis Tchê, que, pelo tamanho da aventura, já pode ser chamado de Indiana Jones – ou melhor, Indiana Tchê – comandando essa expedição cafeeira.
“O projeto está em fase de equalização, e a caravana contará com produtores, técnicos e a cooperativa, todos prontos para desbravar novos mercados. O governo, claro, vai dar todo o suporte necessário para transformar esse case em um sucesso”, completou o secretário.
Arrivederci! 😊