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TRE exibe filme sobre história da ponte metálica, obra construída há mais de 50 anos

Por Tião Maia, ContilNet

Como parte das comemorações dos seus 50 anos de fundação, o Tribunal Regional Eleitoral no Acre (TRE-AC) promove, nesta sexta-feira (14), a exibição do documentário “Ponte de Memórias”, filme da jornalista e diretora Alcinete Damasceno, sobre a construção da chamada ponte metálica, a Juscelino Kubitschek, a primeira obra desse tipo construída no Acre.

Antes da Juscelino Kubitschek, nos tempos áureos do segundo ciclo da borracha, quando os portos da capital fervilhavam, só era possível atravessar o Rio Acre por embarcações, as chamadas catraias.

Após a destruição e interdição da ponte, foi construída, sob improviso, uma ponte de madeira/ Foto: Reprodução

A ponte está situada no Centro de Rio Branco, sobre o Rio Acre, ligando os dois distritos da cidade e também é conhecida como “Ponte Velha”, numa evocação ao passado, já que a obra foi iniciada ainda nos tempos do Acre Território, sob o governo de Valério Magalhães, em 1957.

O documentário mostra que Valério Caldas Magalhães tinha em seu plano de governo a construção da primeira ponte ligando os dois distritos de Rio Branco e, já em seu primeiro ano de mandato, adquiriu as primeiras peças e lotes das estruturas metálicas junto à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Com a elevação do então Território Federal do Acre à condição de Estado e a posse do primeiro governador estadual, a obra foi retomada em fevereiro de 1963. Com a implantação das pilastras, a montagem e instalação foram projetadas pelo engenheiro Machado da Costa e só ficaram prontas em 1969. A inauguração, no entanto, só aconteceu dois anos depois, no primeiro ano do mandato do governador Wanderley Dantas, em 1971.

A ponte liga os dois distritos de Rio Branco/ Foto: Reprodução

Em 1978, com os repiquetes do Rio Acre, uma parte do vão da ponte foi levada pela força das águas. No governo Joaquim Macedo, após a destruição e interdição da ponte, foi construída, sob improviso, uma ponte de madeira, sustentada por cordas que balançavam a estrutura a cada movimento, razão pela qual o improviso ficou conhecido como “Balança Mas Não Cai” ou “Baila Comigo”, alusões a um programa humorístico e a uma novela da Rede Globo de Televisão, exibidos em 1981.

As obras de recuperação da ponte só começaram em agosto de 1984/ Foto: Reprodução

As obras de recuperação da ponte só começaram em agosto de 1984, já no governo de Nabor Júnior, e levaram oito meses para ser concluídas, sendo reinaugurada em abril de 1985. Totalmente recuperada, com 230 metros de extensão, feita em concreto armado e estrutura asfáltica, a obra já ultrapassou os 50 anos de edificação e, embora exija cuidados a cada vez que o rio transborda e acumula balseiros em suas pilastras – o que já levou o atual governo a interditá-la para obras de recuperação e manutenção –, continua sendo de profunda utilidade, ainda que, sobre o mesmo Rio Acre, tenham sido construídas outras três pontes no perímetro urbano de Rio Branco.

O filme de Alcinete Damasceno conta a história a partir de personagens que trabalharam na obra ou que foram catraeiros antes da inauguração. “A ponte não é apenas uma construção, mas também um importante marco histórico, de memória, identidade e história”, disse Alcinete Damasceno. “Estou muito honrada pelo convite para a exibição no Tribunal Regional Eleitoral”, acrescentou.

Ribeiro, o operário que trabalhou na ponte, aparece caminhando sobre a ponte/ Foto: Reprodução

O filme será exibido no auditório da instituição, com espaço para pelo menos 300 pessoas. A plateia será composta de servidores e seus convidados. Um dos espectadores deverá ser o aposentado Alfredo Ribeiro, que foi operário na obra. A exibição será a partir das 8h30min desta sexta-feira.

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